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Mundo Entenda as mudanças de posições nas conversas sobre um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia

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Desta as penalidades são direcionadas a um banco comercial e uma rede global com membros e entidades lideradas por oligarca russo (Foto: Reprodução)

A rodada de negociações entre Rússia e Ucrânia realizada nesta terça-feira (29) em Istambul (Turquia) trouxe alguns sinais relativamente positivos em relação a um cessar-fogo e à interrupção das operações militares russas em solo ucraniano.

Apesar de ainda não ser possível prever quando um acordo de paz será assinado, já é possível apontar para alguns pontos que devem estar presentes no texto, assim como posições iniciais na guerra que parecem ter sido abandonadas.

“Desnazificação”

Usando uma terminologia criada no pós-Segunda Guerra Mundial, o presidente Vladimir Putin dizia ser necessária uma “desnazificação” do país vizinho, apontando para uma suposta presença de nazistas dentro do governo ucraniano.

De fato, assim como vários países do Leste Europeu e a própria Rússia, a Ucrânia convive com grupos numerosos de extrema direita e simpatizantes do nazismo, incluindo na forma de milícias armadas — uma delas, o Batalhão Azov, foi incorporado à Guarda Nacional ucraniana e é a principal força de defesa do país em Mariupol, no Mar de Azov.

A letra “Z”, usada como ferramenta de propaganda por Moscou, é uma forma indireta de se referir ao conceito, e aparece pintada em blindados e tanques usados no front no Leste da Ucrânia.

Agora, como antecipou o Financial Times, a Rússia parece ter abandonado a demanda pela “desnazificação”, ao lado da “desmilitarização” e da “proteção do status do idioma russo”. Nas declarações à imprensa, nenhum dos representantes, russos e ucranianos, fizeram menção aos termos, o que analistas já veem como um recuo sensível de Moscou em sua pressão pela substituição de Volodymyr Zelensky por um líder aliado. Segundo o Financial Times, existe a possibilidade de a “desnazificação” estar agora restrita à derrota do Batalhão Azov e milícias consideradas de extrema direita.

Operações militares

Ao anunciar uma redução das operações militares nas áreas de Kiev e Chernihiv, a Rússia afirmou que “está criando as condições para que o trabalho ocorra de forma normal”, e confirma uma mudança de estratégia anunciada na semana passada, quando a “primeira fase” da operação militar foi encerrada e aberta uma nova etapa, agora limitada às regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, no Leste ucraniano. Não foram assumidos compromissos sobre os combates em outras áreas, como em Mariupol, cenário de uma intensa batalha agora localizada em áreas centrais da cidade portuária.

O cerco a Kiev era um dos pontos centrais da invasão russa, e analistas veem que as expectativas iniciais de Moscou, de uma vitória rápida e sem grandes obstáculos, foram substituídas pela realidade de avanços lentos, muitas vezes provocados por problemas logísticos, e pela resistência das forças ucranianas nos subúrbios da capital. Resta saber se os ataques aéreos na área também serão suspensos, como forma de compromisso do lado russo por um cessar-fogo.

Status da Crimeia

Nas negociações desta terça, o lado ucraniano defendeu um período de consultas de 15 anos, a serem contados a partir de um cessar-fogo definitivo, sobre o status futuro da Península da Crimeia, anexada pela Rússia após um referendo não reconhecido por boa parte da comunidade internacional, em 2014. Em determinados momentos do conflito, Kiev defendeu o uso da força para retomar o território, embora tal posição tenha sido amenizada nas últimas semanas, ao mesmo tempo em que as autoridades locais afirmavam que não entregariam os territórios “de graça” para a Rússia.

Os russos não parecem dispostos a discutir um eventual retorno da Crimeia ao controle ucraniano — desde 2020, uma lei aprovada pelo Parlamento russo considera crime a cessão de qualquer parte do território da Federação Russa a outros países —, mas aceitaram que a península, além das regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, não estejam incluídas nas garantias de segurança exigidas por Kiev, destinadas a conter invasões militares no futuro. O principal negociador russo, Vladimir Medinsky, sugeriu que Moscou poderá realizar negociações sobre o tema no futuro.

Otan e União Europeia

“Por anos nós ouvimos falar de uma porta supostamente aberta, mas também ouvimos que não deveríamos entrar nela, isso é verdade, e precisamos admitir”, afirmou, no dia 15 de março, o presidente Volodymyr Zelensky, sinalizando que seu país abandonaria a candidatura a uma vaga na Otan.

Apesar das promessas de apoio, a entrada de Kiev na aliança militar era vista como algo impossível mesmo antes da guerra, uma vez que, para analistas, o país não cumpria a maior parte das exigências.

Mesmo assim, a simples possibilidade de Kiev se juntar à Otan foi apontada por Vladimir Putin como uma “linha vermelha”, e serviu como uma das justificativas para a invasão. Agora, na mesa de negociações, Kiev confirma a desistência da candidatura, mas exige, em troca, garantias de segurança, dadas inclusive por algumas nações da aliança, de que não será invadida.

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