Quarta-feira, 15 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de setembro de 2017
Na semana passada, o empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo JBS/Friboi, foi de colaborador a investigado preso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou o ex-ministro Antonio Palocci de “frio e calculista”.
E o presidente Michel Temer foi alvo da segunda denúncia do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot – cujo cargo passa a ser exercido por Raquel Dodge nesta segunda-feira. Entenda o que aconteceu.
Michel Temer
Segunda-feira (11 de setembro): é apontado em relatório da PF (Polícia Federal) como comandante de organização criminosa formada por membros do PMDB na Câmara dos Deputados.
Terça (12 de setembro): Vira alvo de inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal), com base no documento da PF, para investigar o presidente e o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures. A suspeita é de corrupção e lavagem de dinheiro em decreto sobre portos.
Quinta-feira (14 de setembro): o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, é alvo de operação da PF, por suspeita de obstrução de Justiça, e denunciado por Janot sob acusações de comandar organização criminosa e tentar atrapalhar investigações.
Também são citados seis políticos do PMDB, incluindo dois ministros. Na segunda acusação, Temer aparece ao lado de Joesley e Wesley Batista na suspeita de compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha e do operador de propinas Lúcio Funaro.
E agora? A denúncia deve ficar uma semana parada no STF, aguardando decisão sobre a validade das provas da JBS/Friboi. Depois, segue para a Câmara, onde 342 deputados precisam aprovar a abertura de um processo contra o chefe do Executivo.
Rodrigo Janot
Domingo (10 de setembro): começa a última semana no cargo respondendo sobre um encontro em um bar de Brasília com um advogado de Joesley, Pierpaolo Bottini. Diz que é frequentador do local e que conversa foi sobre amenidades. “Eu cruzei casualmente com o procurador em um local público e frequentado”, justificou Bottini.
Quarta-feira (13 de setembro): Obtém vitória no STF, que rejeita um pedido de Temer para deixar o procurador-geral impedido de apresentar denúncias contra o presidente. No mesmo dia em que nega a suspeição de Janot, o Supremo começa a analisar validade das provas entregues pelos delatores da JBS/Friboi, já que a colaboração está sendo questionada. A sessão é suspensa.
E agora? Raquel Dodge assume a PGR nesta segunda-feira. De estilo rígido, ela promete conter vazamentos de informações sigilosas. Janot, por sua vez, pretende tirar férias acumuladas até abril e se aposentar no meio do ano que vem.
Joesley Batista
Domingo (10 de setembro): o empresário da JBS/Friboi é preso por omitir informações em sua delação. Além da prisão do executivo, o Supremo suspende o seu acordo por causa de dúvidas sobre a atuação do ex-procurador da República Marcello Miller, que trabalhou com Janot.
Segunda-feira (11 de setembro): é transferido de São Paulo para Brasília, onde fica preso em uma cela de 9 metros quadrados.
Quarta-feira (13 de setembro): a PF cumpre prisão preventiva de Joesley e de seu irmão Wesley Batista em operação que investiga se eles usaram a delação para lucrar ainda mais.
Quinta-feira (14 de setembro): por decisão de Janot, são suspensos os benefícios da delação, como a imunidade penal. O STF converte a sua prisão em preventiva (sem prazo para soltura).
Sexta-feira (15 de setembro): é transferido para a Superintendência da Polícia Federal em São Paulo e a Justiça nega pedido de habeas corpus para ele e o irmão. “Eu fui mexer com os donos do poder e estou pagando por isso”, lamentou.
E agora? Correm os dez dias que o ministro do STF Luiz Edson Fachin estabeleceu para manifestações sobre a rescisão do acordo de delação. Há dúvidas sobre o futuro do acordo de leniência do grupo, que prevê o pagamento de R$ 10,3 bilhões ao Estado.
Lula
Segunda-feira (11 de setembro): é denunciado à Justiça por corrupção passiva, acusado de ter beneficiado montadoras de carros quando estava na Presidência da República.
Quarta-feira (13 de setembro): presta depoimento a Sergio Moro e diz que o “pacto de sangue” com a Odebrecht descrito por Antonio Palocci é ficção. Ele chama o seu ex-ministro de “calculista, frio e simulador”.
Sexta-feira (15 de setembro): é divulgada revelação de Antonio Palocci afirmando que fez entregas de dinheiro vivo a Lula pelo menos cinco vezes, em pacotes de R$ 30 mil, R$ 40 mil e R$ 50 mil.
E agora? Nesta terça-feira (19), o advogado Roberto Teixeira, amigo de Lula, irá depor a Sérgio Moro, na fase final da instrução do processo, sobre a compra de um terreno para o Instituto Lula. O recurso de sua primeira condenação, relacionada ao triplex no Guarujá (SP), tramita no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).