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Esporte Entenda o escândalo que levou à prisão Josep María Bartomeu, ex-presidente do Barcelona

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O mandatário e outras três pessoas, entre dirigentes e um ex-assessor, foram detidos em operação da polícia civil que investiga o “Barçagate”. (Foto: Reprodução)

O futebol espanhol acordou em choque na segunda-feira com a notícia da prisão do ex-presidente do Barcelona Josep María Bartomeu. O mandatário e outras três pessoas, entre dirigentes e um ex-assessor, foram detidos em operação da polícia civil que investiga o “Barçagate”, um escândalo envolvendo a contratação de uma empresa para monitorar e difamar jogadores e membros do clube que se opusessem de alguma forma a Bartomeu.

O apelido do caso é uma referência direta ao caso Watergate, as escutas que derrubaram o ex-presidente dos Estados Unidos Richard Nixon. Foi o ‘Barçagate’ o segundo principal elemento que levou à renúncia do ex-mandatário, em outubro do ano passado.

As denúncias sobre o caso vieram em duas ondas, uma em fevereiro e outra em setembro no ano passado. Na primeira delas, o cerne do caso foi revelado: a contratação da empresa I3 Ventures, que, em contrato, atuaria com serviços de marketing. A rádio catalã “Cadena Ser” revelou, no início daquele ano, documentos apontando que a empresa estaria atuando para monitorar e espalhar informações difusas sobre opositores políticos de Bartomeu, como Messi e Piqué.

Na época, o presidente blaugrana negou as acusações e anunciou o rompimento do contrato. A emissora foi além, e descobriu que o acordo custaria cerca de 1 milhão de euros (cerca de 6,5 milhões de reais) por ano aos cofres do clube. Os pagamentos, porém, eram parcelados em quantias de 200 mil euros, e eram feitos por diferentes setores do clube a diferentes empresas ligadas a Carlos Ibañez, dono da I3.

Em junho, a polícia civil de Barcelona abriu investigação sobre o caso e dois meses depois, a imprensa espanhola descobriu um superfaturamento na contratação da empresa – cerca de seis vezes o valor de mercado. O esquema seria comandado por Jaume Masferrer, ex-assessor da presidência, também detido na segunda-feira. Além deles, foram presos Óscar Grau, CEO do clube, e Román Gómez Ponti, do setor jurídico.

Sob pressão por conta do escândalo e pela disputa pública com Messi, que anunciara que não renovaria contrato com o Barça no em setembro daquele ano, Bartomeu não resistiu no cargo. Pediu renúncia em outubro e antecipou as eleições do clube. O pleito, que estava previsto para junho, hoje está marcado para o próximo dia 7.

De esperança a fiasco

A história de ascensão e queda de Bartomeu no Barcelona tem como ponto de virada justamente uma renúncia. Bem-sucedido vice-presidente esportivo do então presidente Sandro Rosell, Bartomeu foi alçado ao cargo de forma interina, em 2014, após investigações envolvendo a contratação de Neymar levarem à renúncia de seu superior e parceiro político.

Seus primeiros anos foram positivos. Foi sob sua gestão que o Barça voltou a conquistar a Liga dos Campeões, com a chegada do técnico Luis Enrique e a consolidação do trio Messi, Neymar e Suárez. Foi também nesse período que o Barça fez o que seria seu maior investimento da história no mercado de transferências até então: 157 milhões de euros (cerca de 1 bilhão de reais, na cotação atual).

Eleito de fato em 2015, sob um discurso de modernidade, o mandatário passou, pouco a pouco, a gerir o clube com uma visão mais particular. Torcedores passaram a acusar a diretoria de romper com tradições, como o uso da base e a filosofia de jogo implementada pela lenda Johann Cruyff – apoiador de seu principal adversário político, Joan Laporta, em seus últimos anos de vida.

Os resultados domésticos seguiram acontecendo, e o Barça foi três vezes campeão espanhol durante seu mandato. Mas a torcida seguia insatisfeita. O sucesso continental do rival Real Madrid, somados ao fraco futebol apresentado na Liga dos Campeões – com direito a eliminações e sucessivas goleadas –, bem como a ausência de um modelo de jogo consistente, característico do Barça, minaram a imagem positiva de Bartomeu. As escolhas na gestão do futebol também passaram a dar errado, e o clube gastou muito dinheiro em jogadores que deram pouco retorno, em especial depois da saída de Neymar.

Fora de campo, a pressão sobre Bartomeu sempre foi grande. Assim como Rosell, o mandatário foi questionado diversas vezes na justiça espanhola por conta do caso Neymar, e chegou a ser chamado de “piada” pelo brasileiro. Durante os últimos anos, viu o crescimento da figura do zagueiro Piqué, sempre engajado na política da Catalunha e do clube, como um forte opositor dentro do próprio Camp Nou. As informações são do jornal O Globo.

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