Sexta-feira, 12 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de setembro de 2019
Para entender os conflitos que estão acontecendo em Honk Kong é preciso voltar aos anos 90 e entender o começo da história da democracia no País. Hong Kong tornou-se uma colônia do Império Britânico após a Primeira Guerra do Ópio (1839–1842). A cidade foi tomada pelos ingleses dos chineses em 1842, depois de o Reino Unido derrotar a China em uma guerra.
Em 1997 o Reino Unido devolveu a cidade, mas foi acertado que o princípio de “um país, dois sistemas” iria prevalecer. Ou seja: Hong Kong teria autonomia em quase todos os aspectos, menos na política exterior e temas de defesa, durante 50 anos. O território localizado na costa sul da China, em um acordo feito com a ex-primeira ministra britânica Margaret Thatcher, deveria garantir eleições livres e democracia para a região.
(Príncipe Charles fala durante a cerimônia de despedida de Hong Kong, em 30 de junho de 1997 — Foto: Mike Fiala/Pool/AFP/Arquivo)
A china porém em 2014 interferiu em temas da política, causando grande descontentamento na população. Neste ano mais de 100 mil pessoas ocuparam o distrito financeiro de Hong Kong em um movimento que pedia eleições livres. Eles reivindicavam a escolha do chefe executivo local nas eleições de 2017 por meio de votação direta , e não por uma eleição realizada a partir de uma lista com candidatos previamente aprovados por Pequim. A ocupação durou 79 dias e foi majoritariamente pacífica, mas se tornou violenta perto do fim, quando manifestantes e policiais entraram em confronto. Na época os policiais jogaram gás Lacrimogênio nos manifestantes que se defenderam com guarda-chuva. Esse ato ficou conhecido como um ato de protestos.
Manifestante segura um guarda-chuva amarelo em protesto. (Foto: Reuters)
Neste ano, a população voltou as ruas para protestar por um decreto do governo Chinês que permitia extradição de moradores de Hong Kong para China. 22 anos depois da reintegração, os cidadãos da ilha começaram a protestar contra medidas que, segundo eles, têm o potencial de restringir a autonomia e as liberdades que eles têm –e que não existem na China continental.
A lei de extradição
A proposta de lei da extradição, apresentada neste ano, facilitaria enviar pessoas para o continente para serem julgadas lá. Os protestos começaram imediatamente, maiores que os do Movimento Guarda-Chuva. O plano de facilitar o envio de pessoas para a China foi suspenso. Depois disso, no entanto, a pauta dos manifestantes mudou: passaram a pedir a retirada total do projeto de lei e também a renúncia de Lam. O comparecimento de manifestantes na segunda (1º) esteve entre as maiores tentativas de influenciar no evento político mais importante do ano em Honk Kong. A manifestação coincide com o aniversário de 98 anos da fundação do Partido Comunista da China. A data é uma provocação ao presidente Xi Jinping.
Por que a população faz protestos nos aeroportos?
O aeroporto internacional de Hong Kong é um dos mais movimentados do mundo, com 220 destinos e cerca de 1,1 mil voos diários. É um ponto crucial para viagens aéreas regionais e somente, em 2018, recebeu quase 78 milhões de passageiros. Por este motivo, muitos ativistas argumentam que o objetivo é fazer com que os turistas tenham conhecimento na situação do território.