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Notícias Entenda por que Anderson Torres foi preso pela Polícia Federal

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Ex-ministro de Bolsonaro foi da Esplanada à prisão em 14 dias. (Foto: Marcos Corrêa/PR)

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres, preso no sábado (14), foi um dos aliados mais próximos de Jair Bolsonaro. Sua pasta abrigava a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, caras ao eleitorado do ex-presidente. Ele esteve envolvido nas principais investidas políticas de Bolsonaro, como em uma live com ataques à lisura do processo eleitoral, sem provas. Sua exoneração ocorreu em 31 de dezembro pelo presidente em exercício Hamilton Mourão.

Torres era secretário da Segurança Pública do Distrito Federal quando extremistas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. No domingo (8), dia dos ataques, ele passava férias nos Estados Unidos. Torres foi afastado do cargo no mesmo dia e preso em uma investigação que pretende apurar ações e omissões que contribuíram para os atos violentos.

A prisão preventiva de Anderson Torres foi solicitada pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Augusto Passos Rodrigues. Ele apontou “diversas omissões” na área da segurança pública do DF que teriam contribuído para permitir a depredação do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal. O ex-comandante da Polícia Militar do DF, Fábio Augusto Vieira, também foi alvo do pedido.

Na decisão que autorizou a prisão, o ministro Alexandre de Moraes aponta que as manifestações com potencial de violência já eram de conhecimento público. Segundo o magistrado, elas só poderiam ter ocorrido com “anuência, e até participação efetiva das autoridades competentes pela segurança pública e inteligência”.

Moraes destacou o baixo policiamento, a autorização para os ônibus com manifestantes entrarem em Brasília e a recusa em encerrar o acampamento na frente do Quartel-General do Exército. A prisão preventiva foi pedida para impedir que Torres eventualmente usasse o cargo para obstruir a Justiça e destruir provas.

O ministro do STF também ressalta a entrada de 100 ônibus fretados em Brasília “sem qualquer acompanhamento policial, mesmo sendo fato notório que praticariam atos violentos e antidemocráticos”.

Ainda no domingo (8) a Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou ao STF a prisão do ex-secretário. Outro órgão que pediu medidas contra o ex-ministro foi o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas de União (MPTCU), que requisitou ao STF o bloqueio de bens dele, de Jair Bolsonaro (PL) e Ibaneis Rocha (MDB).

Em suas redes sociais, o ex-secretário da Segurança Pública classificou os ataques como “cenas lamentáveis” enquanto eles ocorriam. Na primeira manifestação, disse ter determinado ao setor de operações da secretaria “providências imediatas para o restabelecimento da ordem”. Ao longo da tarde, fez mais publicações condenando as cenas de vandalismo e afirmando que os responsáveis seriam identificados.

“Sabotagem”

Em entrevista, o interventor federal na segurança pública do DF, Ricardo Cappelli, acusou o ex-secretário de sabotar a segurança da capital federal nos atos criminosos. Ele teria alterado todo o comando da secretaria e viajado para fora do Brasil.

“Houve uma operação estruturada de sabotagem comandada pelo ex-ministro bolsonarista Anderson Torres. Ele montou a sabotagem e fugiu do Brasil”, disse Cappelli.

O interventor explicou que agora serão apuradas as responsabilidades. “Há farto material para identificar não só a conduta dos manifestantes, mas também a conduta daqueles que, como agentes da lei, não cumpriram o seu papel”, afirmou.

Minuta de decreto

Moraes também autorizou uma operação de busca e apreensão na casa do ex-ministro da Justiça. Na operação, a PF encontrou uma minuta de decreto presidencial de estado de defesa para o Tribunal Superior Eleitoral e, assim, reverter o resultado da eleição. Juristas consideraram o documento como uma “tentativa inconstitucional e frustrada de derrubar o novo governo”.

Em suas redes sociais, Torres afirmou que o documento estava em uma pilha para ser descartado. Disse, ainda, que o papel foi “vazado fora de contexto”.

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Ex-ministro da Justiça, Anderson Torres continuará preso até dar depoimento nesta semana
https://www.osul.com.br/entenda-por-que-anderson-torres-foi-preso-pela-policia-federal/ Entenda por que Anderson Torres foi preso pela Polícia Federal 2023-01-15
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