Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
22°
Thunderstorm

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Economia Entenda por que as previsões para a economia ficaram mais otimistas, mesmo com o avanço da pandemia

Compartilhe esta notícia:

Reformas microeconômicas têm ajudado; mas reformas estruturais são fundamentais. (Foto: Alex Rocha/PMPA)

O horizonte econômico brasileiro tem mostrado duas faces bem distintas. De um lado, há quase 500 mil mortos pela pandemia do coronavírus, empresas e vagas fechadas aos milhares, CPI da Covid, ritmo incerto de vacinação, ameaça de crise hídrica e inflação resistente. De outro, uma quantidade inédita de empresas indo à Bolsa, o Ibovespa em recordes sucessivos, exportações em alta, venda de imóveis que surpreendem, concessões leiloadas com grandes ágios e perspectivas de investimento elevadas por anos.

Esse cenário incerto tem deixado as previsões econômicas mais difíceis. A imprevisibilidade está tão grande que, até maio, uma tirada irônica que circulava no mercado comparava o Brasil a um parque de diversões macabro: na pandemia, o trem fantasma havia desembocado na montanha-russa, numa sucessão infinita de sustos e espantos. Semanas depois, a piada ficou velha e o espírito é o oposto. Não é à toa que, no intervalo de um mês, as projeções de alta no Produto Interno Bruto (PIB) no ano foram, em média, de 3% para mais de 5%.

Para tentar afinar as projeções, os especialistas têm recorrido a explicações já conhecidas e outras às quais era dado pouco crédito. Em um País fortemente dependente de commodities, o cenário internacional – com as grandes injeções de dinheiro para combater os efeitos da pandemia – é sempre a primeira explicação. Bem como sua ajuda para a manutenção dos juros baixos, que levaram investidores brasileiros à Bolsa, atrás de retornos maiores para suas aplicações, e quem precisa comprar imóveis, a fechar contratos.

Porém, uma série de medidas recentes também entra no radar, com a possibilidade de começar a destravar algumas áreas de negócios e dar um empurrão adicional nesse aquecimento. Entre elas, os marcos regulatórios do saneamento e do gás, o cadastro positivo, a nova lei de recuperação judicial e, até mesmo, a autonomia do Banco Central.

“Apesar do cenário conturbado do ponto de vista macroeconômico e político, os movimentos microeconômicos são determinantes e, provavelmente, sem eles, estaríamos em maiores dificuldades”, diz João Pinheiro Nogueira Batista, presidente da empresa de energia Evoltz, que teve seu controle vendido ao fundo de pensão canadense Ontario Teachers Pension Plan Board (OTPP), em maio. “São agendas que acabam avançando, mesmo com a falta de uma estratégia de longo prazo do governo.”

Na vida real das empresas, dizem os especialistas, são pequenas mudanças que dão agilidade aos negócios. “Ter um governo e um Congresso com viés mais liberal permitiu que pelo menos uma parte pequena das medidas prometidas nas eleições fosse levada adiante”, diz Marcelo Giufrida, sócio da Garde.

Enquanto as reformas macroeconômicas – tributária e administrativa, principalmente – patinam, há grandes investimentos sendo anunciados e movimentação financeira que só tem acontecido graças à eventual segurança legal trazida pelas novidades. Desde o início de 2019, por exemplo, a União leiloou 70 ativos, que devem receber cerca de R$ 61 bilhões em investimentos em prazos variados, segundo o Ministério da Infraestrutura. A expectativa é que, até o fim do ano que vem, o total chegue a R$ 260 bilhões. Só no leilão da Cedae, a companhia de saneamento do Rio de Janeiro, foram arrecadados R$ 22 bilhões.

Por sua vez, os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foram de R$ 110 bilhões em 2019 e 2020, 21% a menos do que nos dois anos anteriores, mas destinados a mais empresas (principalmente menores), bem como a projetos de infraestrutura. “Num país com tamanha escala, 50 anos de subinvestimentos e carência por bons projetos como o Brasil, na hora em que se remove um dos gargalos, é muito fácil as coisas começarem a andar”, diz Fábio Abrahão, diretor de infraestrutura do BNDES.

Para boa parte dos profissionais de áreas beneficiadas pelos novos marcos regulatórios, porém, a atuação do governo federal nas reformas econômicas é similar à gestão da pandemia. Para eles, as mudanças recentes nas leis que regem empresas e setores – ou mesmo nas reformas macroeconômicas – aconteceram não por empenho do Executivo ou com a intenção de formar uma política de Estado. Elas têm sido levadas adiante por pressões da sociedade, sendo que muitas são heranças de governos anteriores – e o legado que está sendo construído em áreas como a política ambiental e externa poderá ser perverso.

tags: em foco

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Economia

Mais de 700 mil brasileiros não sacaram abono do PIS-Pasep
Máquinas caça-níqueis e tipos de jackpot
https://www.osul.com.br/entenda-por-que-as-previsoes-para-a-economia-ficaram-mais-otimistas-mesmo-com-o-avanco-da-pandemia/ Entenda por que as previsões para a economia ficaram mais otimistas, mesmo com o avanço da pandemia 2021-06-12
Deixe seu comentário
Pode te interessar