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Saúde Entenda por que vacinados podem pegar o coronavírus

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As vacinas aprovadas contra a covid-19 possuem níveis diferentes de proteção contra a doença. (Foto: Cristine Rochol/PMPA)

Pessoas vacinadas podem adoecer de covid-19? A dúvida surgiu após a morte do cantor Agnaldo Timóteo após ter tomado as duas doses da vacina, no começo de abril, e ressurgiu com o anúncio da internação do músico Nelson Sargento, de 96 anos.

As vacinas aprovadas contra a covid-19 possuem níveis diferentes de proteção contra a doença, mas nenhuma delas mostrou evitar 100% as infecções.

Especialistas afirmam, portanto que o risco para desenvolver a doença existe mesmo com duas doses da vacina e pode ser explicado por diferentes fatores.

Um estudo recente em São Paulo constatou que a CoronaVac é efetiva contra a covid-19 em idosos acima de 70 anos, apesar de seu desempenho cair conforme a idade. O imunizante, que havia demonstrado eficácia de 50,7% num estudo com trabalhadores da saúde, apresentou resultado de 41,6% entre idosos, grupo que normalmente responde pior a vacinas em geral. Na faixa acima de 80 anos, a efetividade geral cai para 28% após as duas doses, mostrou o estudo.

Assim, especialistas reforçam que, mesmo vacinados com duas doses, existe a necessidade de se continuar as políticas de distanciamento social, uso de máscara e outras formas de prevenção de contágio para combater à epidemia, junto da campanha de vacinação.

No caso de Agnaldo Timóteo, os médicos acreditam que ele tenha sido infectado pelo coronavírus durante o intervalo entre a primeira e a segunda dose do imunizante. Segundo a família afirmou à GloboNews, ele foi internado três dias depois de receber a segunda injeção.

A infectologista Rosana Richtmann, do Instituto Emílio Ribas, explica que antes de receber a segunda dose do imunizante o cantor estava, em teoria, parcialmente ou muito pouco protegido.

Richtmann afirma que uma pessoa é considerada protegida apenas duas ou três semanas após receber o número de doses recomendadas (duas, no caso da CoronaVac, da vacina de Oxford/AstraZeneca e Pfizer, atualmente utilizadas no Brasil). Esse período é necessário para que a resposta imune seja gerada.

“A vacina aplica um antígeno que vai induzir o sistema imune à produção de anticorpos, que podem ser aleatórios ou que vão neutralizar o vírus em questão. Para ter produção de anticorpos neutralizantes em quantidade suficiente para se proteger demora um tempo. A segunda dose estimula de novo o sistema imune, de forma até mais eficaz, e duas semanas é o tempo médio para que possa atingir uma quantidade melhor de proteção”, explica a infectologista, membro do Comitê de Imunização da Sociedade Brasileira de Infectologia.

Mas mesmo aqueles que já estão adequadamente vacinados ainda podem ser infectados. Isso acontece pois nenhuma vacina é 100% eficaz, seja na prevenção de doença ou de formas graves, explica Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações.

“Vamos ver com muito mais frequência indivíduos que tiveram covid após tomar só a primeira dose, ou antes de completar duas semanas após a segunda. Mas mesmo entre os que receberam duas doses e passou esse tempo, ainda é possível adoecer. O que se espera é que a grande maioria dos casos sejam leves, mas vão ter indivíduos que não vão responder à vacina e podem desenvolver uma doença tão grave quanto se não tivessem sido vacinados. É uma minoria”, afirma Kfouri.

A microbiologista e presidente do Instituto Questão de Ciência Natalia Pasternak explica que a eficácia de uma vacina é a probabilidade de que, após tomá-la, uma pessoa não adoeça, de acordo com o que foi observado nos testes clínicos. No caso da CoronaVac, por exemplo, a eficácia de 50,4% significa que quem foi adequadamente vacinado tem a chance de ficar doente reduzida pela metade.

No caso da vacina de Oxford/AstraZeneca, a eficácia apresentada foi de 70%, segundo uma revisão publicada na revista científica Lancet. Dados mais recentes, de testes nos EUA, apontaram a eficácia de 76%, segundo o laboratório.

Com a vacina usada agora em escala maciça, dezenas de milhões de pessoas a estão recebendo, e mortes entre os recipientes começam a aparecer, sobretudo porque pessoas podem morrer de outras causas. Esses números raramente contradizem as conclusões sobre eficácia tiradas dos testes clínicos, mas em alguns casos eles podem revelar efeitos colaterais relativamente raros da vacina.

Pasternak destaca que as vacinas contra a covid-19 não são “mágicas” e não são uma estratégia individual. Por isso, para saber se estão funcionando é preciso observar a população em geral, e não individualmente.

“Por isso a importância de usar a vacina como estratégia coletiva. Quanto mais gente for vacinada, menos frequentes ficam as exceções [casos graves após vacinação]”, afirma Pasternak.

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