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Mundo Envio de navios norte-americanos à Venezuela traz riscos ao Brasil

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EUA direcionou navios à costa venezuelana no início da semana. (Foto: Reprodução)

É temerário o envio de uma frota de navios de guerra americanos, com fuzileiros navais e aviões de reconhecimento, em direção à Venezuela. As razões alegadas estão em decreto assinado por Donald Trump em janeiro, declarando os cartéis do narcotráfico “organizações terroristas estrangeiras e terroristas globais” e, com base nisso, autorizando intervenções militares para combatê-los. “Os cartéis estão engajados numa campanha de violência e terror pelo Hemisfério Ocidental que não só desestabiliza países, com significativa importância para nossos interesses, mas também inunda os Estados Unidos com drogas mortais e perigosas gangues”, afirma o documento.

O combate ao tráfico de drogas é meritório, e o regime de Nicolás Maduro é uma ditadura que só tem trazido prejuízo à Venezuela (há fartas evidências de que o vencedor da última eleição venezuelana foi o oposicionista Edmundo González). Mesmo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja simpatizante do chavismo, nem o Brasil reconheceu a vitória de Maduro. Também é verdade que organizações criminosas se fortaleceram na Venezuela, entre elas a facção Tren de Aragua, com grande presença em território americano. Mas o combate a cartéis de traficantes ou ao regime ditatorial não pode justificar agressão à soberania de nenhum país. Entre outros efeitos negativos, a ação de Trump fortalece o discurso populista de Maduro, fazendo dele um herói aos olhos da população.

Em contraste com a Venezuela, o México — onde também atuam poderosos cartéis de drogas — impôs limites às tentativas de intervenção americanas. Pelos termos negociados pela presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, qualquer atuação de tropas dos Estados Unidos em solo mexicano só poderá ocorrer mediante estreita coordenação entre os dois governos. É princípio básico para qualquer país.

O Brasil também deve se preocupar com a movimentação de forças americanas na Venezuela, país com que faz mais de 2 mil quilômetros de fronteiras. A depender dos desdobramentos, poderá aumentar o fluxo migratório de venezuelanos para Roraima. Outro problema serão as restrições impostas à liberdade de navegação. “As relações da Marinha do Brasil com as Forças Armadas dos Estados Unidos decorrem de um alinhamento estratégico há séculos. Naturalmente, um eventual distanciamento diplomático entre Brasil e Estados Unidos acarretaria dificuldades e impactos sensíveis para os interesses e o adequado cumprimento das atribuições das Forças, de parte a parte, em diversos campos de atuação, o que não é desejável”, afirmou ao GLOBO o almirante Marcos Sampaio Olsen, comandante da Marinha.

Não faz qualquer sentido, a esta altura do século XXI, Trump querer ressuscitar a Doutrina Monroe, instaurada no século XIX pelo presidente James Monroe, com o propósito de reforçar a libertação das Américas dos colonialismos inglês, espanhol e português. Tal doutrina foi o pretexto para um longo período de intervenções militares americanas na América Latina. É um tempo que deveria ficar no passado. (Opinião/O Globo)

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