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Por Redação O Sul | 27 de fevereiro de 2016
A epidemia de zika e microcefalia provocou um aumento da apreensão de remessas de medicamentos abortivos enviados pelo correio para o Brasil. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, de junho a novembro de 2015, mês em que foi declarada emergência nacional de saúde, foram confiscados 36 pacotes da pílula Misoprostol, conhecida no Brasil como Cytotec. Já de dezembro a fevereiro deste ano, foram 57 remessas.
Isso não significa, necessariamente, que mais comprimidos tenham sido retidos. Antes da zika, as remessas tinham mais pílulas, o que, segundo a Anvisa, indica que o objetivo do receptor poderia ser a revenda. Agora, os pacotes vêm com menos pílulas, o que sugere que os comprimidos seriam destinados a uso pessoal. Os pacotes apreendidos não foram enviados por empresas, mas por pessoas físicas. Várias dessas encomendas vieram da Índia e da Europa.
O vírus da zika vem sendo ligado a casos de microcefalia e outras malformações congênitas. O Brasil é o país mais atingido – segundo o Ministério da Saúde, 4.107 casos suspeitos estão sendo investigados. Já foram confirmados 583 casos e 950 notificações foram descartadas. O aborto no País só é permitido quando a gravidez é fruto de estupro ou há risco de morte para a mãe. Por determinação do Supremo Tribunal Federal, a interrupção da gestação também é permitida em casos de fetos anencéfalos. (Luiza Bandeira/AG)