Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 5 de maio de 2025
De acordo com a investigação, os criminosos planejavam usar explosivos caseiros como coquetéis molotov durante o evento.
Foto: ReproduçãoA cantora norte-americana Lady Gaga não sabia sobre a tentativa de atentado a bomba no mega show realizado, no último sábado (3), na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Representantes da artista de 39 anos afirmam que ela só tomou conhecimento acerca do caso por meio de notícias veiculadas na imprensa brasileira.
Antes e durante a apresentação — que reuniu um público estimado em cerca de 2,1 milhões de pessoas —, ninguém da equipe da artista recebeu qualquer informação da polícia ou de outras autoridades sobre possíveis riscos, como noticiou o site americano “TMZ” no último domingo (4).
Em nota, a equipe de Lady Gaga reiterou que, apesar da gravidade das investigações, não houve qualquer sinal de ameaça antes ou durante o evento. “Soubemos dessa suposta ameaça por meio de reportagens da mídia esta manhã. Antes e durante o show, não houve preocupações de segurança conhecidas, nem qualquer comunicação da polícia ou autoridades para Lady Gaga sobre quaisquer riscos potenciais”, declarou um porta-voz. A cantora seguiu, então, com sua agenda normalmente.
De acordo com a investigação, os criminosos planejavam usar explosivos caseiros como coquetéis molotov durante o evento, com alvos específicos como crianças, adolescentes e o público LGBTQIAP+. A motivação seria ideológica, com elementos de discurso de ódio, teorias conspiratórias e até rituais satânicos. O grupo se articulava por meio de redes sociais e fóruns clandestinos da internet, com o objetivo de causar pânico e mortes em massa.
A operação, batizada de Fake Monster, foi coordenada por forças policiais de diferentes estados, incluindo Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso, além de contar com o suporte do Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça. Um homem considerado líder do grupo foi preso no Rio Grande do Sul com uma arma de fogo, enquanto outros suspeitos, inclusive adolescentes, foram localizados em cidades como São Vicente, Cotia e Vargem Grande Paulista.
Na casa de um dos menores investigados, a polícia apreendeu celulares, computadores e outros dispositivos que serão periciados. Em depoimento, o jovem admitiu ter publicado mensagens de ódio nas redes, mas negou envolvimento direto no plano de atentado. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que as investigações continuam para apurar a real extensão da organização criminosa.
O líder do ataque frustrado foi preso novamente nesta segunda-feira (5), no Rio Grande do Sul. Luis Fabiano da Silva havia sido detido em flagrante por porte ilegal de arma, mas acabou liberado após pagar fiança. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) decretou a prisão preventiva (sem prazo determinado) após ele não comparecer à audiência de custódia.
A soltura provocou reação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, responsável pela investigação. Segundo o secretário estadual da corporação, delegado Felipe Curi, a liberação foi possível por uma brecha na legislação.
“Esse é um problema, infelizmente, de legislação que nós temos aqui no nosso País que precisa ser corrigido. Permite com que criminosos de alta periculosidade entrem e saiam rápido da prisão”, disse. Para o delegado, o caso deve ser enquadrado como terrorismo.
Luis Fabiano é apontado pela polícia como um dos mentores de um suposto plano de atentado articulado por um grupo que atuava em fóruns online e redes sociais. Segundo as investigações, os integrantes se organizavam para cometer ataques com explosivos improvisados e coquetéis molotov durante o show de Lady Gaga no Rio.