Domingo, 23 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 22 de junho de 2015
Uma pesquisa promovida pelo Instituto Datafolha sugere que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda conta com chances reais de retornar ao Palácio do Planalto para um terceiro mandato como presidente da República, cargo que exerceu entre 2003 e 2010. De acordo com o levantamento, realizado na quarta (17) e na quinta-feira (18) da semana passada junto a 2.840 eleitores em todo o País, o petista ficaria em segundo lugar no primeiro turno, com 25% dos votos válidos, se o pleito de 2018 fosse antecipado para este ano.
O primeiro lugar, com 35% das intenções de voto, caberia ao senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG). Já na terceira posição, com 18%, aparece a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (PSB), seguida por Luciana Genro (PSOL), pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), e por Eduardo Jorge (PV), alcançaram 2% cada um. Já outros 11% expressaram desejo de votar em branco, nulo ou em nenhum dos nomes submetidos à escolha simulada, enquanto 5% disseram não saber por quem optar.
Aécio, Marina, Luciana e Jorge concorreram à Presidência em 2014. Eles foram derrotados pela presidenta Dilma Rousseff, reeleita no segundo turno contra o senador tucano, por 51,64% a 48,36%. O resultado garantiu ao PT o seu quarto mandato consecutivo para o governo federal, mas a diferença de 3,4 milhões de votos foi a menor registrada em um segundo turno presidencial desde 1989, ano em que se retomou a eleição direta para o cargo máximo do Executivo. Naquela ocasião, Fernando Collor de Mello (PRN) derrotou Lula (em sua primeira disputa para o Planalto) por 49,94% a 44,23%.
O Datafolha também simulou uma hipótese com o nome do governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) no lugar de Aécio. Nesse caso, Lula teria 26% e Marina 25%, proximidade que configura empate técnico no primeiro lugar (o levantamento considera como margem de erro dois pontos para mais ou para menos). Alckmin ficaria em terceiro lugar, com 20%. Paes e Luciana, por sua vez, chegariam a 3% cada um, à frente de Jorge (2%). Brancos, nulos e nenhum somariam 14%, enquanto os indecisos seriam 7%. O cenário é semelhante ao de 2006, quando Lula concorria à reeleição: Alckmin, seu principal adversário, foi então batido pelo petista no segundo turno por 60,83% a 39,17%.
PSDB dividido
Nos próximos dias, Alckmin deve iniciar a segunda fase de uma operação cujo objetivo é firmar o seu nome como pré-candidato ao Planalto em 2018. Na semana passada, o diretório paulista do PSDB lançou o governador para presidente, causando desconforto em segmentos alinhados com Aécio, outra opção do partido.
Alguns parlamentares ligados ao senador mineiro avaliam que a ofensiva de Alckmin é precipitada e pode tirar o foco do que deveria ser, atualmente, o principal objetivo da sigla: o desgaste de Dilma e do PT.
Desde abril, Alckmin passou a cumprir uma intensa agenda política. O seu vice, Márcio França, presidente do PSB em São Paulo, já trabalha para costurar o apoio dos tucanos a uma futura candidatura. “Não descarto a hipótese de que, se ele ficar sem espaço no PSDB, acabe mudando de legenda”, cogita um dirigente do PSB.
Aécio tem tratado o assunto com cautela. Aos aliados, justifica que não vai cair na “armadilha” do embate precoce com um colega de partido. Para o fim deste mês, o senador já planeja uma série de viagens pelo País, iniciando o seu roteiro por Manaus (AM), sob o pretexto de agradecer pelos votos recebidos no ano passado.
Terceira via
Ainda no âmbito do PSDB, o nome do senador José Serra (SP) é outro que surge na corrida rumo a 2018. Suas principais apostas têm sido uma agenda própria no Congresso Nacional e alianças inesperadas, para se diferenciar de Aécio e Alckmin.
Vencido por Lula em 2002 (61,27% a 38,72% no segundo turno) e por Dilma em 2010 (56,05% a 43,95%), ele havia perdido espaço na cúpula do partido. “Os políticos que deixam de ter ansiedade deveriam abandonar a atividade”, respondeu Serra, recentemente, a um aliado que lhe questionou se mantinha ambições em nível nacional. “Eu não posso dizer que não sou candidato. Isso seria ridículo.” (Folhapress)