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Brasil Escolhida para o comando da Procuradoria-Geral da República com forte apoio do Congresso, Raquel Dodge deve montar uma equipe experiente em desvendar esquemas de corrupção

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Raquel fez questão de se encontrar com ministros antes de sua posse, apresentando a equipe e entregando pessoalmente convites para a solenidade. (Foto: Lula Marques/AGPT)

Na sabatina de quarta-feira, senadores festejavam cada declaração garantista da subprocuradora-geral Raquel Dodge sobre delação premiada, prisão preventiva, preservação de sigilo e respeito à dignidade humana. De fala mansa e gestos contidos, Raquel dará um cavalo de pau na Lava-Jato a partir de 17 de setembro, quando assumir o cargo? A julgar pela equipe que ela está montando, talvez seja muito cedo para investigados comemorarem a saída de cena do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

O discurso moderado, bem ao gosto do mundo político, contrasta com o perfil da equipe que a futura procuradora-geral está montando. Entre os nomes cotados para assessoria direta de Raquel na Lava-Jato em Brasília estão os procuradores regionais Raquel Branquinho, José Alfredo e Alexandre Espinosa. O trio fez fama ao comandar as investigações sobre o mensalão e montar a estrutura da denúncia que, mais tarde, levaria à prisão as antigas cúpulas do PT e do Banco Rural, entre outros políticos e executivos.

Pelo desenho traçado por Raquel Dodge na fase final da campanha, Raquel Branquinho deve assumir a coordenação do grupo responsável pelas investigações. Antes do mensalão, Raquel Branquinho já tinha no currículo uma série de casos importantes, entre eles a prisão do ex-banqueiro Salvatore Cacciola.

O coordenador da equipe hoje é o promotor Sérgio Bruno, que ficou conhecido por liderar, no Ministério Público do Distrito Federal, um dos mais audaciosos grupos anticorrupção do País antes mesmo de a Lava-Jato se impor como tema obrigatório da agenda política nacional.

Numa outra frente, Raquel Dodge deve convidar também o subprocurador Luciano Maia para ser o vice-procurador-geral. Maia é conhecido pela atuação em causas indígenas e outras questões relativas a direitos do cidadão. A ideia de Raquel seria turbinar áreas do Ministério Público que, para ela, teriam ficado em segundo plano por causa do tsunami Lava-Jato e outras grandes investigações sobre corrupção. Entre essas áreas estariam meio ambiente, direitos do cidadão e fiscalização da qualidade dos serviços públicos.

Maia é primo do senador Agripino Maia (DEM-RN), mas, segundo colegas, tem atuação independente. Na condição de vice, caberá ao subprocurador conduzir, no Superior Tribunal de Justiça, as investigações abertas contra governadores a partir da Lava-Jato, especialmente a recente leva de inquéritos solicitados com base na delação de executivos da Odebrecht. Governadores ocuparam lugar central nas estruturas partidárias. Mas, mesmo assim, acabaram ofuscados pelos inquéritos abertos no Supremo Tribunal Federal contra o presidente Michel Temer, ministros, deputados e senadores.

Raquel, que ficou em segundo lugar na lista tríplice, foi indicada em tempo recorde por Temer, em uma suposta tentativa de esvaziar os poderes de Janot. A indicação teve o apoio do ministro Gilmar Mendes e de políticos tradicionais, alguns deles investigados na Lava-Jato. O apoio foi explicitado na votação acachapante que ela obteve na CCJ e no plenário do Senado. Mas, segundo um procurador alinhado com a futura procuradora-geral, Raquel não se sente comprometida com os os grupos políticos que chancelaram a indicação dela.

Uma das alas adversárias da futura procuradora-geral entende que o maior risco à Lava-Jato seria a ampliação da agenda do Ministério Público Federal. Procuradores deste grupo avaliam que, com a abertura de diversas frentes de trabalho, a Lava-Jato poderá perder a prioridade que tem hoje no gabinete de Janot.

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