Segunda-feira, 29 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 25 de junho de 2015
Dez sul-coreanas forçadas a serem escravas sexuais pelo exército imperial do Japão durante a Segunda Guerra Mundial pretendem processar o governo japonês em um tribunal da Califórnia, nos Estados Unidos, no dia 1º de julho. Elas reivindicam 20 milhões de dólares, mais de 60 milhões de reais. As mulheres anunciaram que apenas deixarão de abrir o processo se, até lá, o governo do Japão ofereça uma indenização razoável e desculpas sinceras.
As sul-coreanas buscam uma compensação – 2 milhões de dólares para cada uma – para o que classificam como crimes de guerra sistêmicos cometidos contra elas por soldados e empresas japonesas, sob a direção do governo daquele país.
Nas últimas décadas, o assunto tem sido um dos mais espinhosos nas relações entre a Coreia do Sul e o Japão, e ressurge agora com mais força, pois este ano marca o aniversário de 50 anos de relações diplomáticas entre eles. Além disso, outra data importante fez o tema vir à tona: o 70 aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial. As vítimas decidiram levar o caso aos Estados Unidos depois de várias tentativas fracassadas tanto na Coreia do Sul quanto no Japão. De acordo com a agência de noticias AFP, as dez mulheres incluirão como réus no processo empresas como a companhia Mitsubishi.
Originalmente, o grupo contava com 12 integrantes, mas duas delas já morreram. Todas têm mais de 80 anos. Estima-se que o exército imperial japonês tenha forçado cerca de 200 mil mulheres a entrarem para a escravidão sexual. Dessas, a maioria era sul-coreana, mas também haviam chinesas, filipinas, indonésias e outras mulheres asiáticas.
Muitas delas foram raptadas de suas casas e enviadas ao exterior para trabalhar em bordéis, conhecidos pelo eufemismo de “estações de mulheres de conforto”. “O governo japonês deveria fazer um pedido de desculpas oficial e sincero pelos crimes cometidos por seus antepassados e restaurar a nossa honra”, disse a jornalistas uma das mulheres, Kim Bok-Dong, 89 anos, em frente à embaixada japonesa em Seul. Hoje, apenas 50 dessas “mulheres de conforto”, como ficaram conhecidas, continuam vivas na Coreia do Sul, de acordo com registros do governo. (AG)