Quarta-feira, 08 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 10 de maio de 2021
Um comitê de especialistas instalado pelo governo norueguês se pronunciou, nesta segunda-feira (10/5), contra a autorização das vacinas antiCOVID da AstraZeneca e da Johnson & Johnson (J&J), devido ao risco de efeitos colaterais graves, embora raros.
“Nós não recomendamos o uso das vacinas de vetores virais no programa nacional de vacinação”, declarou o presidente do comitê, Lars Vorland, ao entregar seu relatório.
“É, certamente, por causa dos efeitos colaterais graves” observados em uma ínfima parte das pessoas que receberam estas vacinas, acrescentou Vorland.
O ministro da Saúde, Bent Høie, que recebeu o relatório, não divulgou a posição do governo.
Em 11 de março, a Noruega suspendeu o uso da vacina da AstraZeneca para estudar em detalhe seus efeitos colaterais – raros, mas potencialmente graves.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendaram que se continue a usar a vacina da AstraZeneca, considerando que seus benefícios superam os riscos.
A vacina da americana J&J, que não foi enviada para a Noruega, também provocou raros casos de trombose nos Estados Unidos.
Até agora, a Dinamarca é o único país que renunciou, oficialmente, ao uso das vacinas da AstraZeneca e da J&J.
União Europeia
O comissário europeu para o Comércio Interno, Thierry Breton, confirmou que o bloco europeu não renovou o contrato para a compra de mais vacinas anticovid da AstraZeneca/Oxford.
“Não renovamos a compra após junho. Vamos ver o que acontecerá”, disse Breton em entrevista à France Inter. Na sua fala, o comissário não fez críticas diretas à empresa, apenas ressaltou que essa é “uma vacina muito interessante e muito boa”, sobretudo por suas “condições logística e de conservação”.
A pausa nas compras ocorre depois dos sucessivos atrasos nas entregas do imunizante e uma série de críticas públicas feitas pelos líderes da União Europeia, além da suspensão da aplicação por conta das reações adversas que causaram coágulos.
Durante a entrevista, Breton ainda enalteceu a Pfizer, que produz vacina com a BioNTech e com a qual foi fechado durante o fim de semana um novo contrato que prevê a compra de até 1,8 bilhão de doses, e disse que o bloco já está trabalhando com a farmacêutica “nas vacinas da 2ª geração”.
Nesta segunda (10), um dos porta-vozes da Comissão Europeia confirmou a informação e destacou que “a entrega de todas as doses contratadas do contrato em vigor com a AstraZeneca é prioridade”.
Disse que o contrato estará em vigor até a entrega da última dose, além de ser importante para o portfólio europeu, e ressaltou que a empresa não “respeitou” os compromissos contratuais e, por isso, a Comissão iniciou uma ação judicial.
“No passado, já havíamos informado que não exercitaríamos a opção de compra de mais 100 milhões de doses adicionais. Não podemos mais falar sobre o futuro”, destacou à imprensa.
Conforme dados da Comissão Europeia, das 120 milhões de doses que deveriam ter sido entregues no 1º semestre, que termina no próximo mês, apenas 31,2 milhões foram de fato enviadas. O contrato firmado prevê o envio de 400 milhões de doses até o fim do ano de 2021.