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Economia Especialistas respondem o que falta para o Brasil alcançar o “selo” de bom pagador

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Para especialistas, aplicações da modalidade devem ser mescladas com ativos de risco para manter rentabilidade. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

A elevação da nota de crédito do Brasil pela agência Fitch é uma sinalização positiva para o País e antecipa a possibilidade de atração de mais investimentos a taxas menores no futuro, caso o grau de investimento seja retomado.

Para analistas, no entanto, ainda há um longo caminho a percorrer até que o país retome o “selo” de bom pagador. Para que isso ocorra, será necessária a aprovação de novas reformas e a manutenção daquelas realizadas nos últimos anos.

Em 2008, o Brasil ganhou o grau de investimento pela primeira vez em sua História, conferido pela S&P, um movimento que foi seguido pelas demais agências de classificação de risco.

No entanto, em meio a crise econômica e política iniciada na última década, o país perdeu posições nas classificações de rating das agências.

A decisão da Fitch dessa quarta-feira (26) coloca o Brasil a duas notas de retomar o grau de investimento.

Arcabouço e garantias

Para o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, o movimento da Fitch não chega a ser surpreendente tendo em vista a mudança na perspectiva de rating anunciada pela S&P no mês passado.

Vale acredita ser difícil que o país retome o grau de investimento ainda nos próximos anos, como têm defendido membros do governo.

“É positivo, mas tem um cenário muito longo pela frente para voltarmos a ser grau de investimento. O arcabouço fiscal vai servir para os próximos quatro anos, mas precisará voltar a ser discutido no próximo governo. Vai precisar de uma regra mais sensível tanto em relação à receita quanto aos gastos, o que não temos hoje”, disse.

Na avaliação do economista da MB, com patamares de dívida/PIB ainda próximos de 80%, dificilmente o Brasil conseguirá retomar o selo de bom pagador, podendo no máximo ganhar uma nova elevação de rating.

“E no caso de reformas microeconômicas é não desfazer o que já foi feito, como a do saneamento e trabalhista, e avançar em reformas microeconômicas que o governo tem interesse, como na área de crédito. É possível achar um denominador comum, que é estimular o crédito, mas de forma responsável e mexendo na estrutura de garantias.”

Reforma administrativa

O diretor de Pesquisa Macroeconômica do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos, também observa com ressalvas a possibilidade de obtenção do grau de investimentos no atual governo.

“Há muita estrada pela frente para retomar o grau de investimento. Não faz parte do meu cenário-base, mas não é impossível. Requer uma contundência em termos de reformas, que ainda não vejo. Inclusive, uma reforma administrativa, que ainda está pendente.”

O economista-chefe da Órama, Alexandre Espirito Santo, também acredita ser difícil a retomada de grau de investimento até o fim do atual governo. Além de finalizar a reforma tributária, será necessário avançar na reforma administrativa e adotar políticas de gasto público mais eficiente.

“Se continuarmos fazendo o dever de casa no lado fiscal a possibilidade aumenta. Precisamos de uma relação dívida/PIB que não comprometa as próximas gerações. Para tal o país precisa melhorar a competitividade da economia.”

Aumento da produtividade

Vale, da MB, ressalta que os recentes movimentos de revisão das agências ocorre na esteira de aprovação de reformas nos últimos anos e de uma atividade econômica que tem demonstrado mais resiliência do que o esperado, mesmo com o aperto monetário realizado pelo Banco Central (BC).

“Os desafios a partir de agora são mais complicados, que é consolidar o que foi feito até agora e não piorar. O que não parece trivial em um governo que terá eleições municipais no próximo ano e dificuldades na relação entre Congresso e Executivo, que precisamos acompanhar. O cenário é bom, mas inspira cuidados.”

Além das agendas de reformas internas, Vale ressalta que avanços nas relações comerciais com outros países podem ajudar a elevar a produtividade da economia brasileira. Ele cita o caso do acordo com a União Europeia (EU), que tem gerado resistências dentro do governo brasileiro.

“O acordo comercial com a União Europeia seria interessante, porque pode aumentar a produtividade da economia no futuro e pode abrir acordos comerciais semelhantes. Reformas na educação também seria um passo interessante em se pensar, em um momento que o mundo digital ganha força.”

 

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