Segunda-feira, 15 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de julho de 2019
Prestes a se aposentar compulsoriamente em 2021, quando completará 75 anos, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello espera que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, não ocupe a sua vaga na Corte.
Em entrevista para a coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, Mello criticou Moro por diálogos vazados, obtidos pelo site The Intercept, que sugerem parcialidade nas suas decisões quando era juiz da Operação Lava-Jato.
Marco Aurélio Mello disse que continua a “indagar o que nós estaríamos a dizer se [Moro] tivesse mantido essa espécie de diálogo com a outra parte [a defesa dos réus]”. “Ministério Público no processo é parte e tem que ser tratado como tal”, declarou o ministro. “Eu espero que ele não ocupe a cadeira que deixarei em 2021”, prosseguiu.
Recentemente, Mello já declarou que Moro “não é vocacionado” à magistratura. Segundo ele, com a divulgação dos diálogos entre o ex-juiz e procuradores, “a máscara caiu”. Moro não reconhece a autenticidade do material obtido pelo site The Intercept.
O presidente Jair Bolsonaro, no início do seu mandato, afirmou publicamente que pretende oferecer uma das próximas vagas abertas no Supremo a Moro. Antes da aposentadoria de Marco Aurélio Mello, um posto será aberto com a saída de Celso de Mello.
Evangélico
O presidente da República chamou nesta semana o advogado-geral da União, André Luiz Mendonça, de “ministro terrivelmente evangélico”. A exaltação ao ministro foi feita durante uma sessão solene na Câmara dos Deputados e aconteceu uma semana depois de o presidente reafirmar que indicará um ministro “terrivelmente evangélico” ao STF.
“Prezado André Mendonça, um ministro terrivelmente evangélico, assim como nós somos terrivelmente patriotas”, disse Bolsonaro. A fala de Bolsonaro foi aplaudida no plenário da Câmara Federal. Na ocasião, ele participou de uma sessão solene com militares e deputados aliados em homenagem ao Exército Brasileiro.
Na semana passada, o presidente da República afirmou que Mendonça seria um bom nome para assumir uma vaga de ministro no Supremo. Bolsonaro terá o poder de indicar dois nomes para o Supremo: um no final do ano que vem, quando o decano da Corte, Celso de Mello, se aposentará; e outro em 2021, quando sairá Marco Aurélio Mello. A principal Corte do País tem 11 ministros.
Antes de assumir o cargo, qualquer candidato ao STF indicado pelo presidente precisa ser sabatinado e aprovado pelo Senado.