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Agro Estado mostra potencial de investimento em logística a grupo estrangeiro. Iniciativa é da CNA, Farsul, governo gaúcho e empresas operadoras

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De acordo com o presidente do Sistema Farsul e diretor de Relações Internacionais da CNA, Gedeão Pereira, a agenda em Rio Grande serviu para mostrar o impacto do agronegócio gaúcho nas exportações e alertar para algumas carências em termos de logística que podem ser aproveitadas por investidores de fora do país. (Fotos: Wenderson Araújo)

A atração de investimentos estrangeiros para solucionar os problemas de escoamento de produção no Estado foi o assunto principal na visita de adidos agrícolas e representantes de embaixadas ao Porto de Rio Grande, nesta segunda-feira (01/4). CNA, Farsul, governo do Estado e empresas operadoras apresentaram a capacidade logística atual e as oportunidades existentes em parcerias público-privadas para assumir, ampliar ou abrir novos terminais no complexo portuário.

De acordo com o presidente do Sistema Farsul e diretor de Relações Internacionais da CNA, Gedeão Pereira, a agenda em Rio Grande serviu para mostrar o impacto do agronegócio gaúcho nas exportações e alertar para algumas carências em termos de logística que podem ser aproveitadas por investidores de fora do país. “O porto de Rio Grande é um capital inestimável para nós. Ele tem um potencial enorme, mas ainda carece de investimentos”, destaca. As visitas, que fazem parte do programa Aliança Agrobrazil, da CNA, seguem para a Estância Santa Maria, de Bagé, nesta terça (2/4), e depois para a Estância Guatambu, de Dom Pedrito, na quarta (3/4).

As atividades iniciaram pelas águas de Rio Grande. Os representantes de China, Japão, Austrália, França, Irã, Egito, Singapura, Burkina Faso e Chile atravessaram toda a extensão do canal de barco – desde o porto antigo, desativado e hoje reduto de pescadores e patrimônio cultural, até o Terminal de Contêineres (Tecon), com 900 metros de cais e 12,8 metros de calado homologado passando por outros pontos do Superporto, em plena operação com a chegada da safra de verão.

“Poucos lugares do mundo podem crescer em produto e mostrar uma porta tão qualificada de entrada e saída”, afirmou o superintendente do Porto de Rio Grande, Fernando Estima, ao grupo de estrangeiros . “Aqui há espaço para desenvolver (terminais) ou crescer os existentes”. Ele ainda anunciou a conclusão da obra de dragagem até meados de maio, com possibilidade de oficializar uma profundidade navegável de 15 metros nos próximos meses, o que poderia fazer com que Rio Grande recebesse navios ainda maiores.

Representantes de Tecon, Bianchini, Yara, Sagres e da área de exportação de granéis líquidos do Porto de Rio Grande fizeram palestras curtas ao final do dia sobre o potencial de comercialização externa e oportunidades de investimento. Alguns países demonstraram interesse na importação de insumos agropecuários, como fertilizantes, enquanto outros prestaram especial atenção ao conceito de distritos industriais às margens do porto e dos canais hidroviários, subutilizados hoje no Rio Grande do Sul.

Missão internacional conhece diferenciais da agropecuária gaúcha em Bagé

Os adidos agrícolas e representantes de embaixadas de nove países que viajam pelo Estado a convite da CNA adentraram as porteiras da Estância Santa Maria, de Bagé, nesta terça-feira (2/4). Nela, conheceram os diferenciais da pecuária gaúcha e o uso intenso de tecnologia na agricultura nos campos do pampa – incluindo irrigação, integração entre lavoura e pecuária, estrutura de armazenagem de grãos e maquinário de ponta.

A visita serviu tanto para mostrar o método de produção a clientes consolidados do Brasil, como China, Egito e Irã, quanto para apresentar o potencial de negócios a países ainda pouco explorados, a exemplo do Japão. Hiraku Ohta, segundo secretário da Embaixada do Japão no Brasil, disse ter “ficado surpreso” com a produção de arroz na Região Sul, e que há espaço para maior comercialização entre os dois países, hoje basicamente restrita à carne de frango. A superintendente de Relações Internacionais da CNA, Lígia Dutra, destaca a importância de avançar em acordo de livre comércio com o país asiático, que compra facilmente de fortes concorrentes mundiais, entre eles União Europeia, Estados Unidos e Austrália.

O próprio Irã, um dos líderes de importação de carne bovina do Brasil, demonstra interesse em expandir os negócios para outras culturas, como soja e arroz. “Nunca tivemos chance de importar arroz brasileiro porque não havia conhecimento. O arroz do Uruguai é famoso entre os iranianos, mas eles não sabem que é basicamente o mesmo cultivado nesta região”, conta o segundo secretário da Embaixada do Irã, Mohsen Shahbazi. Ele anunciou que irá transmitir informações a companhias locais sobre a capacidade de produção de gaúcha. Há interesse do país em vender fertilizantes aos brasileiros.

Omar Elrifai, cônsul da Embaixada do Egito no Brasil, ressaltou que o país africano conta com a produção brasileira para suprir a demanda de carne bovina da população, que superou 100 milhões de pessoas recentemente. Sonia Ouedraogo, primeira conselheira da Embaixada de Burkina Faso, ficou impressionada com o uso de maquinário e a escala de produção local – a produção do país é basicamente algodão, quase inteiramente manual. Já o conselheiro agrícola regional para assuntos sanitários e fitossanitários da Embaixada da França, Franck Foures, entende que o encontro é importante para mostrar as peculiaridades da produção brasileira em relação à praticada nos países da União Europeia, de modo a contribuir para análises mais apuradas nas rodadas de negociação de livre comércio entre Mercosul e UE.

O roteiro pela Santa Maria começou pela apresentação do gado Hereford. A criação de raças britânicas, reconhecidas pela qualidade de carne superior, é uma característica do Estado, onde o clima ameno favorece. Ao longo do ano, são trabalhadas em torno de 8 mil cabeças, mais o gado de engorda (4 mil cabeças), que resulta no aproveitamento integral das áreas de pastagem após a colheita, no inverno. O grupo observou ainda as lavouras de soja (3,4 mil hectares, cerca de 20% com apoio de pivôs centrais) e de arroz (500 hectares), esta com colheita em andamento. A fazenda tradicionalmente investe ainda em azevém, produção de eucaliptos, milho e sorgo.

O aspecto da sustentabilidade também foi tema no encontro, principalmente com a apresentação do sistema de irrigação inteligente que aproveita a água da chuva retida nos açudes e reservatórios. Outro diferencial da Estância são os silos, com capacidade de armazenamento de até 13,5 mil toneladas de grãos. A estrutura tira a urgência das negociações, permitindo ao produtor aproveitar os períodos de baixa pressão de oferta no mercado e, consequentemente, conseguir melhor remuneração pelo produto.

O anfitrião em Bagé foi o proprietário da Estância Santa Maria, Gedeão Pereira, presidente do Sistema Farsul e diretor de Relações Internacionais da CNA. Ele destacou a importância de mostrar a clientes tradicionais e potenciais investidores os cuidados com meio-ambiente, bem-estar animal e outros temas que são praticados regularmente nas propriedades gaúchas. “O objetivo foi deixar o nosso importador absolutamente tranquilo a respeito da qualidade dos produtos que eles nos compram”, disse.

Foi o segundo dia da 5ª Missão Internacional do Programa de Intercâmbio Agrobrazil, da CNA, realizado pela primeira vez na Região Sul. A viagem continua nesta quarta-feira (3/4) em Dom Pedrito, na Estância do Guatambu. Além das nações citadas, a comitiva conta com representantes de Austrália, Chile e Singapura.

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