Domingo, 09 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de janeiro de 2021
O presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde, Carlos Eduardo Lula, afirmou na tarde dessa segunda-feira (4) que Estados iniciaram negociação paralela para a aquisição de vacinas da farmacêutica Pfizer. A declaração ocorreu entrevista ao programa “Ponto Final”, da rádio CBN.
“A gente tem cobrado do Ministério da Saúde, precisamos de uma data. E, neste caso, a gente não tem nem data para iniciar a imunização. Hoje, a gente iniciou uma negociação com Pfizer, porque a gente não vai ficar só olhando para o alento. Isso é uma negociação paralela [independentemente do governo federal]”, disse Lula.
“A Pfizer procurou os estados e o Conselho Nacional de Secretário de Saúde, e muitos estados demonstraram interesse. A gente sabe que o PNI (Plano Nacional de Imunização) é fundamental, queremos que o governo comande o processo, mas não podemos ficar de braços cruzados sem saber o que vai acontecer amanhã”, completou, em seguida.
Segundo Lula, o custo da operação, neste caso, ficaria a cargo dos próprios estados.
“Não dá para a gente continuar na inércia, esperando o que vai acontecer, esperando o que o Ministério da Saúde avisar o que vai fazer, tem que fazer. Mais de 40 países, menores do que o Brasil, já começaram a vacinação. E o Brasil segue a ver navios”, criticou.
A Pfizer apresentou ao governo federal uma proposta de comercialização da vacina contra covid-19 que permitiria a vacinação já no primeiro semestre de 2021 de milhões de pessoas no país.
Na ocasião, o Ministério da Saúde disse que deveria comprar o imunizante da farmacêutica dos Estados Unidos à medida que os ensaios clínicos apontassem “total eficácia e segurança” dos insumos e após o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O governo Bolsonaro anunciou somente em dezembro a compra de 70 milhões de doses da vacina, depois de muito atraso, questionamentos e pressão de governadores.
“A companhia está trabalhando e entende a importância e a complexidade de logística por trás disto. A oferta da companhia é que a vacina é entregue nestas caixas nos pontos de vacinação, que tem que ser acordado e trabalhados com os governos. Essa é a parte que ainda teremos que trabalhar com o Ministério da Saúde e o governo do Brasil”, disse Carlos Murillo, presidente da Pfizer do Brasil, na ocasião.