Sexta-feira, 17 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de junho de 2025
Os Estados Unidos afirmaram no Conselho de Segurança da ONU que as consequências para o Irã seriam terríveis se o país atacasse bases dos EUA. Na reunião de emergência convocada para esta sexta-feira (13), o representante americano, McCoy Pitt, disse que Washington quer uma resolução diplomática e propôs ao Irã fechar um acordo nuclear.
Os dois países negociam há semanas um acordo em torno do programa nuclear iraniano, à medida que crescem as informações sobre o Irã estar próximo de obter urânio para construir armas nucleares. Os ataques de Israel contra o regime dos aiatolás acontecem nesse contexto e agravam a instabilidade no Oriente Médio.
Durante a reunião, McCoy Pitt reafirmou que os EUA foram informados sobre os ataques com antecedência, mas que se tratou de uma ação unilateral. Ele considerou que a ação de Israel foi de autodefesa, repetindo a justificativa das autoridades israelenses. “Toda nação soberana tem o direito de se defender, e Israel não é exceção”, declarou.
O enviado do Irã ao Conselho de Segurança, Amir Saeid Iravani, declarou que as ações de Israel são uma declaração de guerra e que os EUA são cúmplices. Ele acrescentou que o país vai responder “de forma decisiva e proporcional” ao ataque, em um discurso cerca de uma hora depois dos ataques iranianos que atingiram cidades israelenses.
Iravani disse que os bombardeios contra Israel são autorizados pelo direito à legítima defesa, estabelecido no Artigo 51 da Carta da ONU. O artigo permite que um Estado responda a um ataque sofrido até que o Conselho de Segurança tome providências para manter a paz e a segurança.
A reunião terminou sem nenhuma resolução. O embaixador de Israel, Danny Danon, repetiu que Israel agiu por “preservação do Estado de Israel” e que o país não irá permitir que o Irã fabrique armas nucleares. Ele declarou que Israel esperou uma resolução diplomática que limitasse o programa nuclear iraniano, mas que isso não teve resultados.
Os EUA e o Irã têm uma reunião marcada no domingo, 15, em Omã, para conversar sobre o programa nuclear.
Tropas americanas
Enquanto o enviado americano na ONU alertava o Irã contra ataques a bases americanas, a milícia xiita iraquiana Kata’ib Hezbollah, apoiada pelo regime dos aiatolás, pediu que as tropas americanas saíssem do país para o Iraque não se tornar um campo de batalha.
A milícia acusou os EUA de autorizarem o ataque israelense e pediu ao governo de Bagdá para “remover urgentemente essas forças estrangeiras hostis do país para evitar guerras adicionais na região”.
O pedido foi endossado por outra milícia pró-Irã, a Al Nujaba, também sediada no Iraque. O líder do grupo, Akram Al Kaabi, também acusou os EUA de terem cooperado com Israel e pediu a retirada das forças americanas, que estão no país a convite de Bagdá desde a luta contra o Estado Islâmico.
Entenda o caso
Israel bombardeou diversos alvos no Irã, no que chamou de “ataques preventivos” em meio ao acirramento das tensões no Oriente Médio.
Os ataques começaram na noite de quinta-feira (12) e continuaram nessa sexta (13). Foi uma grande operação contra a alta cúpula do país persa e o programa nuclear do Irã.
Foram atacadas a principal instalação de enriquecimento nuclear do Irã em Natanz, atingindo um complexo subterrâneo que abrigava centrífugas. Tel-Aviv também atacou pelo menos seis bases militares ao redor da capital, Teerã, residências em dois complexos de alta segurança para comandantes militares e vários prédios residenciais ao redor de Teerã, de acordo com informações do The New York Times.
Morte de líderes iranianos
Os ataques mataram três dos principais líderes da Guarda Revolucionária do Irã e cientistas ligados ao programa nuclear da teocracia.
O major general Mohammad Bagheri, chefe de Estado-Maior das Forças Armadas e o segundo comandante mais alto do Irã depois do líder supremo aiatolá Ali Khamenei, foi morto no bombardeio. Com informações de O Estado de S. Paulo