Domingo, 25 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 24 de maio de 2025
Em três anos, os Estados Unidos registraram a morte de aproximadamente 170 milhões de aves em decorrência da gripe aviária. Para conter o avanço do vírus — cuja variante mais recente chegou a infectar um rebanho de vacas-leiteiras — o país já desembolsou US$ 1 bilhão.
Segundo o Centro de Prevenção e Controle de doenças dos EUA, o surto afeta 17 dos 50 estados. Já a Food and Drug Administration (FDA) revelou que, no ano passado, uma em cada cinco amostras de leite cru vendidas no país continha fragmentos do vírus, motivo pelo qual recomendou o consumo exclusivo de leite pasteurizado.
O impacto também se reflete nas prateleiras: a oferta reduzida de ovos elevou drasticamente os preços do produto.
Para Andrew DeCoriolis, diretor da Farm Forward, a resposta tardia do governo contribuiu para a propagação da doença. “Faltou comunicação entre os cientistas e medidas rápidas que contivessem o surto”, afirma.
Ele acrescenta que a transferência interestadual de vacas já contaminadas vem espalhando o vírus para outros rebanhos.
Diante do cenário, especialistas defendem que o governo norte‑americano estabeleça a vacinação obrigatória no setor agropecuário como estratégia central de controle.
Brasil pode evitar doença
Após o primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no Brasil, registrada em maio, uma série de medidas vem sendo tomadas, para impedir a doença de se espalhar.
O governo segue um protocolo de identificação e contenção do vírus, mediante atuação do Serviço Veterinário Oficial (SVO).
Quando a notificação de caso suspeito de gripe aviária acontece, um Médico Veterinário Oficial tem 12 horas para ir até a propriedade para iniciar a investigação.
Se for um caso identificado como “provável”, amostras são colhidas para análise laboratorial e tipificação da Influenza. Os resultados podem sair em 24 horas.
Protocolo
Com o resultado positivo, as medidas abaixo são tomadas:
Emergência Sanitária: quando o resultado laboratorial confirma um foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), o SVO declara o estado de Emergência Sanitária para a região da propriedade foco.
Restrição de movimentação: fica proibida a entrada e saída de aves, suínos, animais domésticos, ovos, produtos, subprodutos, materiais, equipamentos ou qualquer insumo que possam espalhar o vírus.
Controle de acesso: a entrada e saída de pessoas na propriedade foco acontecem mediante orientação do SVO.
Eliminação de animais e produtos: os animais doentes e até mesmo os aparentemente saudáveis são eliminados para evitar a dispersão do vírus. Se o foco for em granja comercial, todas as aves no local são sacrificadas. Além disso, produtos e subprodutos, como ovos e embalagens, também são destruídos.