Quinta-feira, 14 de agosto de 2025

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Economia “Estados Unidos pegaram pesado com o Brasil. Não vejo aonde querem chegar” diz ex-presidente do Banco Central

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Arminio Fraga cita a situação fiscal, os juros altos, problemas de segurança e corrupção como questões a serem resolvidas.

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Arminio Fraga cita a situação fiscal, os juros altos, problemas de segurança e corrupção como questões a serem resolvidas. (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

O economista e ex-presidente do Banco Central (BC) Arminio Fraga reconhece que o tarifaço imposto ao Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve afetar o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, mas avalia que os principais problemas que impedem um crescimento maior do país ainda são internos.

“Se o ponto de chegada for tarifas baixas com reciprocidade, pode não ser tão ruim. Algumas das reclamações americanas são compreensíveis. O custo da defesa militar da Europa vinha sendo majoritariamente arcado pelos EUA”, afirma.

Arminio cita a situação fiscal, os juros altos, problemas de segurança e corrupção como questões a serem resolvidas. Por isso, afirma, o pacote preparado para socorrer empresas afetadas pela tarifa de 50% precisa considerar a “frágil” situação fiscal do Brasil.

“Nós estamos mal parados em muitas áreas no que diz respeito à produtividade do Brasil”, afirmou o ex-presidente do BC.

Para Fraga, os EUA pegaram “pesado” com o Brasil, sobretudo porque o “tiro” foi diferente de outros países, com argumentos que envolvem o Judiciário brasileiro. Mas, apesar do momento político tenso, o economista se diz confiante sobre a possibilidade de o governo brasileiro negociar melhores condições no tarifaço com a gestão Trump.

Além da questão política, Fraga só não vê espaço para negociar sobre o Pix, que considera um “espetáculo”:

“Eles é que têm que se mexer. Mas há uma questão política na mesa, com exigências de Trump ao Supremo Tribunal Federal (STF) em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro. Como lidar com isso?”, disse.

Resposta ao tarifaço

O governo apresentou nesta quarta-feira (13) a primeira parte do pacote de medidas para socorrer empresas afetadas pela cobrança de uma sobretaxa de 50% para entrada de produtos brasileiros nos Estados Unidos.

A principal medida anunciada foi a criação de uma linha de crédito com valor inicial de R$ 30 bilhões para auxiliar empresas impactadas pelo tarifaço imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump. A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que as medidas representam a defesa da soberania nacional e da democracia.

“O Brasil e o mundo são testemunhas de que essa situação, que consideramos uma verdadeira chantagem, foi provocada por aqueles que tentaram abolir o Estado democrático de direito e agora respondem por seus crimes perante à lei e à justiça”, disse.

O governo batizou a medida de “Brasil Soberano”, mote adotado como resposta à tentativa de Trump interferir no Judiciário brasileiro para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A medida provisória entra em vigor ao ser publicada no “Diário Oficial da União”, porém terá de ser aprovada em até 120 dias pelo Congresso Nacional para que continue válida.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, informou que a entidade contratou escritórios de advocacia para defender seus interesses nos EUA. A CNI também vai atuar com lobby para tentar reduzir as tarifas dos EUA.

“Nada justifica sairmos de um piso para um teto”, disse.

Alban destacou a importância de buscar novos mercados para os produtos brasileiros e elogiou as “medidas paliativas” adotadas pelo governo. “Vamos trabalhar para que essas medidas possam ser superadas o mais breve possível”, declarou.

Além da linha de crédito, a primeira parte do plano prevê o adiamento por até dois meses no pagamento de tributos e contribuições federais e compras públicas de perecíveis, como peixes, frutas e mel, que estão paradas desde o anúncio da sobretaxa.

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