Sábado, 10 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 28 de maio de 2021
O apelo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, por uma corrida de 90 dias que decifre as origens da pandemia de coronavírus veio após funcionários do serviço de inteligência americano afirmarem ter uma série de evidências ainda não examinadas, que incluem a análise de um computador, disseram altos funcionários do governo ao jornal The New York Times.
Os funcionários se recusaram a descrever as novas evidências. Mas a revelação de que eles pretendem examinar um novo computador para saber se o vírus vazou acidentalmente de um laboratório chinês sugere que o governo pode não ter esgotado todas as hipóteses neste sentido.
Além de reunir recursos científicos, o esforço de Biden tem como objetivo estimular aliados e agências de inteligência americanas a extrair informações existentes – como interceptações, testemunhas ou evidências biológicas – bem como buscar novas informações para determinar se o governo chinês encobriu um acidente.
Biden se comprometeu na quinta-feira (27) a tornar públicos os resultados da revisão, mas acrescentou uma advertência: “a menos que haja algo que eu não saiba”.
Sua convocação para o estudo tem ramificações políticas nacionais e internacionais. O cenário levou seus críticos a argumentar que o presidente havia descartado a possibilidade de que o laboratório fosse a origem até que o governo chinês rejeitasse, esta semana, uma investigação mais aprofundada da Organização Mundial de Saúde (OMS). Os funcionários disseram que a Casa Branca espera que os aliados americanos contribuam de forma mais vigorosa para uma investigação séria de uma teoria que, até agora, era considerada na melhor das hipóteses improvável e, na pior, uma teoria da conspiração.
Até agora, o esforço para coletar evidências de comunicações interceptadas dentro da China, um alvo notoriamente difícil de penetrar, rendeu pouco. Funcionários da inteligência dizem que duvidam fortemente que alguém encontre um e-mail, uma mensagem de texto ou um documento que mostre evidências de um acidente de laboratório.
Uma nação aliada transmitiu a informação de que três trabalhadores do laboratório virológico de Wuhan foram hospitalizados com sintomas graves semelhantes aos da gripe no outono (norte) de 2019. A informação sobre os trabalhadores adoecidos é considerada importante, mas as autoridades advertiram que não constitui evidência de que estes trabalhadores contraíram o vírus no laboratório – eles podem ter levado o vírus para lá.
A Casa Branca espera que aliados e parceiros possam acessar suas redes de fontes humanas para encontrar informações adicionais sobre o que aconteceu dentro do laboratório. Embora os Estados Unidos tenham reconstruído suas redes na China, o país ainda não se recuperou totalmente da eliminação de seus contatos há uma década. Como resultado, fazer com que os aliados pressionem seus informantes para que revelem o que aconteceu dentro do Instituto de Virologia de Wuhan será uma parte fundamental do avanço da inteligência.
O inquérito não chegou a um beco sem saída, disse um alto funcionário do governo Biden. Oficiais do governo e da inteligência dizem que a investigação será trabalho de cientistas e de espiões. O governo Biden tem trabalhado para melhorar sua experiência científica no Conselho Nacional de Inteligência. Altos funcionários disseram às agências de espionagem que suas divisões orientadas para a ciência, que vêm trabalhando no assunto há meses, desempenharão um papel proeminente no inquérito revitalizado.
O novo inquérito também vai explorar os laboratórios nacionais e outros recursos científicos do governo federal que anteriormente não estavam diretamente envolvidos no esforço de inteligência, disse o alto funcionário do governo. As informações são dos jornais The New York Times e O Estado de S. Paulo.