Segunda-feira, 10 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de abril de 2018
Em Lima, onde participa da Cúpula das Américas, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Aloysio Nunes Ferreira, disse “estamos muito preocupados com o aumento das ações militares na Síria, assim como já estávamos, reitero, muito preocupados com as graves denúncias sobre ataques químicos”.
“Aguardamos a conclusão o mais rápido possível das investigações no âmbito da Opaq [Organização para Proibição de Armas Químicas], para que se possa punir os responsáveis”, completou. Sobre o conflito na Síria, disse que o “Brasil defende uma solução política negociada pelos sírios que preserve a unidade territorial do país”.
Aloysio afirmou que não houve feridos brasileiros e que conversou com o encarregado de negócios brasileiro na Síria, Achilles Zaluar, imediatamente após o ataque, que confirmou estarem todos bem na representação diplomática.
Ataque
O ataque da coalizão formada por Estados Unidos, França e Reino a alvos sírios na sexta-feira (13) provocou reações diferentes pelo mundo. A repercussão envolve discursos distintos sobre quem está agravando a crise humanitária no país.
Enquanto a Rússia, principal aliada da Síria, diz que EUA e aliados agravam a crise e apoiam o terrorismo; EUA justificam o ataque pelo suposto uso de armas químicas no regime sírio. Já a Organização das Nações Unidas, pede “moderação” de ambos os lados. Veja a repercussão.
Síria
A “agressão bárbara e brutal” dos ocidentais “tem como objetivo obstruir o trabalho” da OPAQ (Organização para a Proibição de Armas Químicas) que inicia neste sábado uma investigação sobre um suposto ataque químico em território sírio (ministério das Relações Exteriores). O presidente sírio Bashar al-Assad se declarou mais determinado que nunca a “lutar contra o terrorismo” na Síria, após os bombardeios ocidentais.
Rússia
Vladimir Putin classificou de “agressão contra um Estado soberano” o ataque dos Estados Unidos e seus aliados contra a Síria, e acusou Washington de ajudar com sua ação os terroristas que atuam no país árabe.
Arábia Saudita
Em comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores – aliado de Washington –, o governo saudita disse que os bombardeios ocorreram em resposta ao “contínuo uso das armas químicas proibidas internacionalmente por parte do regime sírio contra civis inocentes, entre eles crianças e mulheres”.
Além disso, a Arábia Saudita responsabilizou pelo atual cenário na Síria o regime liderado pelo presidente Bashar al Assad, alegando que continua com os “cruéis crimes cometidos há anos contra o povo sírio”.
Israel
“No ano passado, o presidente americano Donald Trump disse que o uso de armas químicas seria uma violação da linha vermelha. Esta noite, sob a direção americana, Estados Unidos, França e Reino Unido atuaram de modo coordenado. A Síria continua realizando ações assassinas”, afirmou uma fonte do governo israelense que pediu anonimato.
ONU
O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu aos países-membros que mostrem moderação “nestas circunstâncias perigosas” e respeitem o direito internacional. Ele também lembrou que o Conselho de Segurança tem como “principal responsabilidade a manutenção da paz e a segurança”, e pede que seus membros se unam “e assumam essa responsabilidade”.