Terça-feira, 11 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 30 de setembro de 2015
Estatais federais responsabilizam as políticas do governo Dilma Rousseff pelo prejuízo de 20 bilhões de reais com que as usinas hidrelétricas estão arcando em razão da crise do sistema de energia. Dentre as críticas está a de que medidas indispensáveis deixaram de ser tomadas pelo Executivo no ano passado devido ao período eleitoral.
A Eletrobras, principal estatal do setor, disse que o problema atual das geradoras não se “deve meramente à condições hidrológicas adversas”, mas, sim, a decisões dos gestores do sistema – agentes do governo. As críticas foram seguidas por Furnas, Eletronorte e outras estatais geradoras de energia. A argumentação consta de documentos encaminhados à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para apresentar sugestões na discussão sobre quem vai pagar a conta pelo prejuízo das empresas quando elas são impedidas de gerar energia para poupar água.
Nos documentos, a Eletrobras não aceita a solução apresentada pelo Ministério de Minas e Energia, que quer que as hidrelétricas assumam um risco maior no futuro por não gerar energia. Em troca, terão o contrato de concessão prorrogado para compensar o prejuízo já existente. Desde 2012, a Eletrobras tem posição interna contrária às intervenções do governo, mas não a expunha. A estatal acumula prejuízos e suas ações despencaram 52% desde 12 de setembro de 2012, quando o governo reformulou o sistema elétrico.
A Aneel diz que as empresas fizeram “precificação equivocada”, defende que o problema é hidrológico, que as empresas não vão ter prejuízo e que os indicadores de racionamento eram fracos. Hidrelétricas conseguiram liminares para não pagar todo o prejuízo pelo déficit na geração. Caso a posição das empresas prevaleça, o consumidor terá que arcar com os 20 bilhões de reais que elas pagaram para outros geradores. (Folhapress)