Terça-feira, 06 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 21 de janeiro de 2016
O lobista Fernando Soares, o Baiano, afirmou ter ouvido do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a frase: “Estou precisando arrumar dinheiro para a campanha”. A conversa, que teria ocorrido em 2010 ou 2011, levou à ideia de “pressionar” o executivo Julio Camargo, o que resultou no pagamento de 5 milhões de reais em propina ao congressista.
As declarações de Baiano constam de uma série de vídeo inéditos com depoimentos dos principais delatores da Operação Lava-Jato, como Baiano, o empreiteiro Ricardo Pessoa, Carlos Alexandre de Souza Rocha e Rafael Angulo, que trabalhavam para o doleiro Alberto Youssef. Eles dão detalhes sobre as acusações que fizeram a diversos políticos com foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal. São 108 horas de gravação, em 288 vídeos.
Baiano contou que Cunha aceitou pressionar Camargo para que ele pagasse propinas sobre a compra, pela Petrobras, de navios-sondas. “Nesse momento eu até falei para ele: ‘Eduardo, o que eu conseguir receber, eu te dou 50%’”, contou Baiano. Cunha respondeu, segundo o delator, “que ele tinha tomado a decisão de fazer um requerimento […] para pressionar o Julio”.