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Brasil Estrangeiros são incluídos no Cadastro Nacional de Adoção

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Sessenta por cento das adoções no Brasil ocorre no RS, PR e SP (foto: reprodução)

O Cadastro Nacional de Adoção já conta com pretendentes estrangeiros. Os primeiros 16 entraram na fila à espera de uma criança do país nos últimos dias, de acordo com a Corregedoria Nacional de Justiça.

Apesar de uma resolução permitindo a inclusão  de residentes no exterior ter sido aprovada há mais de um ano pelo Conselho Nacional de Justiça, ela só foi colocada em prática agora, após a reformulação da ferramenta, em maio deste ano. O novo cadastro simplifica operações e possibilita um cruzamento de dados mais rápido.

A expectativa é que a medida interrompa a curva de queda nas adoções internacionais. O número registrado em 2014 é o menor desde 1999. Foram 126 registros, ante 217 em 2013.

Antes da inclusão no cadastro, os estrangeiros precisavam se habilitar nas comissões específicas dos tribunais de Justiça e ficavam restritos às crianças disponíveis nos estados em questão – périplo similar ao enfrentado pelos adotantes nacionais antes da implementação da ferramenta, em 2008. Agora, os residentes no exterior terão acesso a todas as crianças aptas no País. São 5.561 hoje.

A resolução do CNJ diz que a adoção internacional só será realizada após esgotada a possibilidade da adoção nacional, mas “representa uma oportunidade para infantes acolhidos serem colocados em uma família substituta”.

Para George Lima, coordenador-geral da Acaf (Autoridade Central Administrativa Federal), ligada à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, além da maior possibilidade de adoções nos próximos anos, a medida deixa o processo mais transparente. “É importante que haja um critério, o que já existe para os pretendentes do País. Se um residente no exterior for incluído antes, por exemplo, vai ter preferência em relação a outro na mesma situação.”

Além do advento no cadastro, outro fator que deve alavancar o número de adoções, segundo Lima, é a recente admissão de quatro entidades dos EUA na Acaf, que é o órgão responsável por credenciar entidades que ajudam a intermediar as adoções.

Ele credita a queda nas adoções internacionais ano a ano à gradual diminuição de restrições feitas pelos pretendentes brasileiros e a um consequente aumento nas adoções. Mas ressalta que a crise econômica global também é um dos principais entraves. “É uma adoção muito cara. É preciso pagar a tradução dos documentos. É necessário reconhecer firmas, fazer autenticação das cópias. Além disso, os pretendentes precisam passar 30 dias com a criança no Brasil. Ou seja, há gastos com hotel, com as taxas dos organismos internacionais.”

O coordenador-geral da Acaf refuta a hipótese de que exista um receio crescente com casos de tráfico humano que faça diminuir o número. “Faz parte de um senso comum acreditar que a adoção internacional é o mesmo que entregar a criança para um desconhecido. E pelo contrário: ela é muito mais supervisionada e fiscalizada que a adoção nacional. Há um prazo de dois anos de acompanhamento. Trata-se de um processo muito seguro se feito de acordo com a legislação.”

O juiz Fabian Schweitzer, da Comissão Estadual Judiciária de Adoção do Paraná, ressalta a importância do ato. “A adoção internacional é a que demanda mais cuidado, pois a criança precisa também ser muito bem preparada e ‘querer’ ser adotada por estrangeiros. Mas sou defensor dessa adoção por estrangeiros sempre que uma adoção nacional não for possível”, afirma.

A expectativa de que mais crianças ganhem uma nova família se explica pelo perfil pretendido pelos estrangeiros, que não fazem tanta restrição quanto à idade e a grupo de irmãos como os brasileiros. Segundo o cadastro, só 6% dos pretendentes aceitam crianças de 7 anos ou mais – sendo que elas representam 88% do total.

Perfil estrangeiro
Dados da Associazione Italiana Pro Adozione mostram que, de um universo de 554 adoções internacionais feitas desde 1998 com a ajuda da entidade, 62% envolveram crianças de mais de 7 anos. As menores, no entanto, quase sempre estavam ligadas a algum irmão mais velho. Mais de um terço das adoções foi feita com um grupo de irmãos. Além disso, 68% das crianças eram pardas ou negras. E entre os adotados havia deficientes e soropositivos.

Para Schweitzer, se muitas vezes falta capacitação aos adotantes nacionais, sobra preparação aos estrangeiros. “Eles estão acostumados a grandes conflitos, catástrofes e formam um sentimento diferente daqui. Eles trocam a questão apenas do gestar, por exemplo.” George Lima concorda. “São países com taxa demográfica muito pequena e um envelhecimento geracional muito grande. Isso também cria uma percepção na população da não necessidade de impor barreiras para a adoção.” (Thiago Reis e Juliana Cardilli/AG)

 

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https://www.osul.com.br/estrangeiros-sao-incluidos-no-cadastro-nacional-de-adocao/ Estrangeiros são incluídos no Cadastro Nacional de Adoção 2015-07-11
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