Terça-feira, 15 de julho de 2025

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Cinema ESTREIA – Era uma vez um equilibrista

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Joseph Gordon-Levitt vive o equilibrista francês Philippe Petit. (Foto: Reprodução)

Tudo parece muito bem planejado para provocar sensações fortes nos espectadores. O protagonista caminha sobre um cabo esticado a metros e metros de altura, com direito à paisagem de Nova York em três dimensões, tão perfeita que quase dá para sentir o vento saindo pela tela. Vertigem? Fascínio? Medo?

Nada disso. Quando o longa-metragem ‘‘A Travessia’’, de Robert Zemeckis, parece que vai funcionar, aí entra a voz de Joseph Gordon-Levitt para estragar as coisas.

E o problema nem é o sotaque do ator. No novo filme de Zemeckis, cuja estreia no Brasil acontece nesta quinta-feira (8), o americano Gordon-Levitt interpreta o equilibrista francês Philippe Petit, figura célebre por ter esticado um cabo e atravessado o vão entre os terraços das duas torres do World Trade Center nos anos 1970 – para quem não se recorda, o documentário ‘‘O Equilibrista”, de James Marsh, tratou exatamente do feito de Petit e ganhou o Oscar em 2009. Gordon-Levitt é, portanto, um americano que ora fala francês, ora fala inglês como se fosse um francês. Mas dá para relevar, cinema global é assim mesmo.

O que realmente atrapalha qualquer sensação que ‘‘A Travessia’’ poderia gerar é a narração de Gordon-Levitt. Durante todo o filme, sua voz interrompe narrativas para explicar a ação. Eventualmente o ator até surge de frente para a câmera, no alto da Estátua da Liberdade e com as Torres Gêmeas ao fundo, para contar sua história.

É claro que esses artifícios fazem parte do estilo de Robert Zemeckis. Ele é um diretor que curte uma fantasia romântica, adora um ‘‘era uma vez…’’. São dele alguns ícones das décadas passadas, como “Tudo por uma Esmeralda” (1984), a trilogia ‘‘De Volta para o Futuro’’ (1985, 1989 e 1990), ‘‘Uma Cilada para Roger Rabbit’’ (1988) e ‘‘Forrest Gump — O Contador de Histórias’’ (1994).

Só que não se pode contar todas as histórias do mundo, por mais que algumas delas sejam realmente fabulosas, em tom de conto de fadas. Zemeckis conduz ‘‘A Travessia’’ com base na narração do protagonista e com doses discretas de humor, aventura, romance e autoajuda. É cansativo, ele nem tenta despistar um pouco que no final todos viverão felizes para sempre (até porque o verdadeiro Petit continua entre nós, hoje com 66 anos).

Uma pena que seja assim, principalmente porque o filme tem bons momentos. Os efeitos em 3D são impressionantes, sobretudo para uma história urbana sem heróis, dragões, explosões, perseguições de carro e outras papagaiadas do cinema moderno.

Outro fator positivo é a carga dramática natural em qualquer trama que envolve as Torres Gêmeas, derrubadas nos ataques terroristas de 11 setembro de 2001. Nos sonhos do protagonista, o World Trade Center é o símbolo de um novo mundo, de liberdade, de esperança. Sua alegria ao completar a travessia, mesmo sendo levado por policiais na sequência, é uma fonte de inspiração para quem assistiu à tragédia ao vivo pela TV e chorou com a morte de milhares de pessoas há 14 anos.

Mesmo assim, ele precisava falar um pouco menos. (André Miranda/AG) 

Confira o trailer do filme:

Confira a galeria de fotos do filme:

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https://www.osul.com.br/estreia-era-uma-vez-um-equilibrista/ ESTREIA – Era uma vez um equilibrista 2015-10-08
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