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Mundo Estudos apontam que os homens têm mais dificuldade em manter amizades durante a pandemia

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Em época de isolamento, muitos homens podem ser forçados a mudar a maneira como pensam a respeito de suas amizades. (Foto: Reprodução/Pixabay)

Por mais de uma década, psicólogos escreveram a respeito da “crise da amizade” que muitos homens enfrentam. Uma análise de 2006 publicada na American Sociological Review descobriu que, embora os americanos em geral tenham menos amigos fora do círculo familiar do que costumavam ter, homens jovens, brancos e escolarizados perderam mais amigos do que os demais grupos.

As amizades entre homens costumam estar arraigadas em interações “mano a mano”, como assistir a um jogo de futebol ou jogar videogame, enquanto as interações entre mulheres são mais cara a cara, como tomar juntas um café ou uma taça de vinho, disse Geoffrey Greif, professor da Escola de Serviço Social da Universidade de Maryland que escreveu um livro sobre a amizade entre homens. Quando Greif entrevistou centenas de homens sobre como eles costumavam socializar com amigos, 80% dos homens disseram esportes.

Por causa disso, muitos homens provavelmente tiveram mais dificuldade do que as mulheres para descobrir como adaptar suas amizades em meio a uma pandemia que os está mantendo separados. “As regras para caras que procuram outros caras para fazer amizades não são claras”, disse Greif. “Caras não querem parecer muito necessitados.”

Mas a pandemia pode estar forçando essa dinâmica a mudar. Em e-mails e entrevistas com o The Washington Post, dezenas de homens compartilharam histórias sobre jogos de pôquer pelo Zoom, noites fumando charuto no quintal, redes de apoio de pais da vizinhança por WhatsApp, grupos de Dungeons & Dragons e ligas de Fantasy Football, onde conversas casuais a respeito de esportes e política de repente levaram a conversas profundas – sobre as dificuldades do ensino à distância, familiares doentes, separações, nascimentos, adiamentos de casamento e perda de empregos.

O momento parece mais pesado e as conversas também. Alguns homens disseram que suas amizades começaram a se parecer mais com as de suas esposas e namoradas. Pela primeira vez na vida, eles vão caminhar com os amigos apenas para se atualizar sobre o que estão passando. Eles são velhos amigos de faculdade usando o FaceTime para saber como estão os vizinhos – não apenas para falar a respeito das escolhas do draft da NBA ou o cronograma de futebol de seus filhos – mas para perguntar como estão indo.

Quando meninos, os amigos do sexo masculino tendem a compartilhar seus segredos mais profundos e sentimentos mais íntimos uns com os outros, disse Niobe Way, professora de psicologia do desenvolvimento que entrevistou centenas de meninos para seu livro de 2013, Deep Secrets: Boys ‘Friendships and the Crisis of Connection (Segredos profundos: Amizade entre meninos e a crise de conexão, em tradução livre).

Mas conforme os meninos começam a entrar na adolescência aos 15 ou 16 anos, “você começa a perceber eles se fechando e não se importando mais”, disse Niobe. Eles começam a agir na defensiva em relação à suas amizades, dizendo que “não são gays” e que não são mais tão próximos. “Você percebe essas expectativas de masculinidade serem impostas a eles.” Niobe argumenta que a falta de vulnerabilidade nas amizades masculinas está enraizada em uma cultura misógina e homofóbica que desencoraja a intimidade emocional entre os homens. Mas também faz parte de uma cultura que não valoriza a amizade adulta em geral.

“O objetivo da vida adulta é encontrar um parceiro, não encontrar um melhor amigo”, disse Niobe. “Não há nada em nossa definição de sucesso ou maturidade que inclua amizades.” Mas pesquisas mostram que amizades íntimas e o convívio social são essenciais para sobreviver. Um estudo da Universidade Brigham Young descobriu que as conexões sociais – com amigos, família, vizinhos ou colegas – aumentam as chances de sobrevivência de uma pessoa em 50%.

Em 2018, a taxa de suicídio entre homens era 3,7 vezes maior do que entre as mulheres, segundo estatísticas do Instituto Nacional de Saúde Mental. Mas algumas pesquisas mostram que os homens têm menos probabilidade do que as mulheres de admitir que são solitários, enquanto outras pesquisas sugerem que os homens compartilham mais de sua intimidade emocional com as mulheres de suas vidas.

Nesta época de isolamento sem precedentes, disse Niobe, muitos homens podem ser forçados a mudar a maneira como pensam a respeito de suas amizades e a se conectar de maneiras novas e mais profundas.

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https://www.osul.com.br/estudos-apontam-que-os-homens-tem-mais-dificuldades-em-manter-amizades-durante-a-pandemia/ Estudos apontam que os homens têm mais dificuldade em manter amizades durante a pandemia 2020-12-26
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