Sábado, 18 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de março de 2022
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (8) a pastores que dirige o país “para o lado” que eles “desejarem”. Bolsonaro reuniu dezenas de líderes religiosos no Palácio da Alvorada, e chegou a chorar no encontro ao comentar o episódio da facada em 2018. Apesar de não ter um tema definido, o encontro serviu para as lideranças demonstrarem apoio a Bolsonaro, inclusive com menções veladas à sua reeleição. Segundo Lauro Jardim, 280 religiosos participaram do encontro, entre deputados federais, senadores e pastores.
“Seria muito fácil estar do outro lado. Mas, como eu acredito em Deus, se fosse para estar do outro lado, nós não seríamos escolhidos. Eu falo ‘nós’ porque a responsabilidade é de todos nós. Eu dirijo a nação para o lado que os senhores assim o desejarem”, declarou Bolsonaro.
A cerimônia ocorreu em um salão dentro do Alvorada e durou cerca de duas horas. Vinte e quatro pastores, de diversas igrejas e denominações, fizeram orações e discursos demonstrando apoio ao presidente. Também estavam presentes ministros do governo federal e parlamentares.
Entre os presentes estavam Estevam Hernandes, da Igreja Renascer em Cristo, Abner Ferreira, da Assembleia de Deus Ministério de Madureira, e Silas Malafaia, Assembleia de Deus Vitória em Cristo, um dos principais apoiadores do e Bolsonaro.
O encontro não consta da agenda oficial do presidente, mas foi comunicado à imprensa na segunda-feira pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) e foi transmitido na conta de Bolsonaro no Facebook.
Ao final da cerimônia, o presidente agradeceu a “manifestação de preocupação” apresentada pelos líderes religiosos:
“Agradeço do fundo do meu coração essa manifestação de preocupação com o futuro da nossa pátria, do nosso Brasil.”
Alguns dos presentes manifestaram apoio à reeleição de Bolsonaro. O apóstolo Ezequiel Teixeira, da Igreja Projeto Vida Nova, disse, por exemplo, esperar que o presidente fique “muito outros anos” no governo e que sua vitória também seria deles.
“O senhor foi posto por Deus nessa cadeira. E só Deus pode tirar. Ninguém pode fazer. Nós cremos que vamos ter muitos outros anos pela frente. Nós estamos torcendo, não pela vitória de A ou B, nós estamos torcendo pela vitória de nossa nação. A sua vitória é a nossa vitória.”
O bispo Abner Ferreira, da Assembleia de Deus Ministério de Madureira, disse há um “chamamento” em 2022.
“Quero chamar a atenção de todos que estão aqui para uma reflexão. Nós temos um chamamento nesse ano de 2022. Nós não podemos perder de vista isto.”
Presidente da Igreja Comunitária das Nações, JB Carvalho fez um paralelo com os Estados Unidos e disse desejar que “antes que seja tarde” as pessoas entendam que Bolsonaro “é a resposta à oração da igreja” – segundo ele, isso demorou a ocorrer com os americanos no caso de Donald Trump.
“Meus amigos americanos perguntam a si mesmo, antes, se Donald Trump era a resposta à oração deles. Era um questionamento entre as igrejas. Agora eles sabem que Donald Trump é a resposta às orações dele. Espero que antes que seja tarde nós saibamos que Jair Bolsonaro é a resposta à oração da igreja.”
O presidente da Renascer em Cristo, Estevam Hernandes, afirmou que há o desafio de “não permitir que o espinheiro governe o Brasil”.
O presidente do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira (SP), foi um dos presentes. Recentemente, ele criticou Bolsonaro por sua atuação na janela partidária e deu sinais de que seu partido pode não apoiar a campanha à reeleição do presidente.
Pereira fez o discurso mais breve de todos, sem citar Bolsonaro nominalmente: “Duas bandeiras nos unem a todos aqui: a bandeira do Senhor e a bandeira do Brasil. Deus abençoe o Senhor, Deus abençoe o Brasil.” As informações são do jornal O Globo.