Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 19 de julho de 2015
Após o doleiro Alberto Youssef afirmar, em depoimento à Justiça Federal de Curitiba (PR), que está sendo intimidado na CPI da Petrobras por um “deputado pau-mandado de Eduardo Cunha [PMDB-RJ]”, o parlamentar Celso Pansera (PMDB-RJ) reagiu dizendo, na sexta-feira, que está apenas cumprindo seu papel de integrante da CPI. Nos últimos meses, Pansera solicitou duas vezes à Comissão a quebra de sigilo bancário da ex-mulher e de duas filhas do doleiro. Os pedidos foram interpretados como uma forma de intimidação pelos advogados que defendem Youssef.
“Não sou pau-mandado de ninguém. Não devo favor nenhum a Cunha. Ele é líder do partido, presidente da Câmara dos Deputados, mas fui eleito como resultado do meu trabalho. Fazer os requerimentos à CPI foi uma decisão minha. E só fiz isso porque foi o próprio Youssef quem falou dos patrimônios das filhas na delação dele”, disse Pansera.
Na delação, o doleiro afirmou que Cunha também se beneficiava do esquema de corrupção na Petrobras investigado pela Operação Lava-Jato.
O primeiro requerimento feito por Pansera foi aprovado pela Comissão em 11 de junho. Os advogados do doleiro conseguiram uma decisão no Supremo Tribunal Federal que impedia que o sigilo bancário dos familiares do delator fossem quebrados pela CPI. No dia 9 de julho, a Comissão aprovou um novo requerimento de Pansera, dessa vez pedindo que o sigilo que já foi quebrado pela Justiça seja compartilhado com os deputados. (AG)