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Geral “Eu vou morrer. Me tira daqui, eles não sabem o que fazem”, disse paciente da Prevent Senior à esposa antes de ser intubado

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Andréa Rota, muito emocionada, falou sobre a internação e morte do marido, de 50 anos. (Foto: Reprodução)

Em depoimento emocionado nesta quinta-feira (28) na CPI que investiga a atuação da Prevent Senior na Câmara Municipal de São Paulo, a pedagoga Andréa Rota relatou diversas irregularidades que teriam sido cometidas pela operadora de saúde durante o tratamento de seu marido, que morreu aos 51 anos vítima da Covid-19.

Segundo Andrea, antes de ser intubado, ele pediu para que fosse retirado do local. “Eu vou morrer. Me tira daqui, eles não sabem o que fazem.”

A pedagoga contou que esposo tinha problemas cardíacos, mas mesmo assim recebeu receita para tratamento com o “kit Covid” quando os primeiros sintomas foram relatados no pronto-socorro.

“O Fábio era extremamente neurótico por conta do coração. Preocupado com a covid por ser cardiopata, ter três stents no coração, pressão alta e usar medicação controlada, fomos até o atendimento Sancta Maggiore de Santana”, afirmou.

“Não fizeram tomografia. A médica disse ‘se tem barriga de porco, orelha de porco, focinho de porco, me parece porco’, referindo que aqueles sintomas eram de Covid. Fizeram o PCR e disseram que ficaria pronto em 72 horas e que ele voltasse para a casa tomando o ‘kit covid’ – azitromicina, hidroxicloroquina, ivermectina.”

Com a piora no quadro de saúde nos dias seguintes, eles voltaram ao hospital. Ela conta que, após esperar por horas, finalmente conseguiu que o marido fosse internado. Ele foi transferido para um hospital da rede que foi adaptado para receber pacientes de covid.

“Ele estava largado em um quarto minúsculo, de fralda”, diz. Nos dias seguintes, também não teria recebido atendimento adequado.

Fábio sofria de depressão e síndrome do pânico, e ela afirma que o tratamento psiquiátrico com remédios foi interrompido, o que causou crises de pânico e ansiedade.

“De todo meu coração eu espero que a justiça nos dê o mínimo de alento que depois de tanto sofrimento nós merecemos. Não é fácil estar aqui e reviver tudo o que vivi com meu esposo. Não é fácil me expor, mas é insuportável me calar.”

Outros depoimentos

Ao todo, a CPI ouviu nesta quinta-feira o depoimento de quatro parentes de pacientes que morreram por conta da Covid e um sobrevivente.

O advogado Tadeu de Andrade, que já havia apresentado denúncias na CPI da Covid no Senado, reforçou as acusações contra a operadora em relação à insistência na adoção de “cuidados paliativos” para interromper o tratamento, o que foi chamado de “alta celestial”.

“Até onde sei, sou um dos poucos sobreviventes em relação ao procedimento que a Prevent tinha adotado como política interna, de levar a óbito pacientes que estavam em estado grave mas não eram terminais”, afirmou.

A avó de Tomás Monje, o segundo a depor na CPI nesta quinta, faleceu após ter recebido alta médica. Ele contou que o atestado de óbito de Joana Navarro, de 95 anos, não declarava a morte por coronavírus, mas por síndrome respiratória aguda – apesar de constar no prontuário o diagnóstico de covid -, e que a senhora foi orientada a tomar azitromicina e corticoide durante cinco dias.

“Para mim, fica muito claro que é uma prática escabrosa. E nada que possa ser feito vai trazer ela de volta. Nada que possa ser feito vai tirar a dúvida da minha cabeça. Saber se a minha avó tinha condições de lutar”, disse Tomas.

O depoente Gilberto Nascimento contou a história da mãe, Terezinha de Jesus, paciente da Prevent que faleceu em decorrência das complicações da covid-19. Mesmo sem autorização da família, ela foi submetida a cuidados paliativos.

“Nos sentimos completamente enganados, […] a gente também não havia aceitado a questão dos cuidados paliativos. Ainda assim, uma médica escreveu no prontuário, de forma mentirosa, que a família tinha aceitado”, relatou Nascimento.

Tercio Felippe Mucedolia Bamonte, questionou procedimentos adotados com o pai, desde tratamento em Pronto Socorro até a internação em UTI.

“A sensação que a gente teve é de que eles queriam que o meu pai morresse em casa”, disse Bamonte.

“Hoje olhando para o senhor Tadeu é como se eu estivesse olhando para o meu pai, porque ele também foi uma vítimas dos cuidados da Prevent Senior. É como se escutasse meu pai falar de dentro da UTI da Prevent.” As informações são da agência de notícias Ansa e do portal de notícias G1.

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