Sexta-feira, 09 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 28 de maio de 2015
A investigação na Fifa que resultou na detenção de sete dirigentes da federação, em um hotel de luxo em Zurique (Suíça), está apenas no início, de acordo com o procurador norte-americano Kelly Currie. “Quero deixar bem claro: este é só o começo do nosso esforço, não o final.” Eles foram presos por policiais suíços a pedido da Justiça dos Estados Unidos.
Os dirigentes usaram seu poder e influência para corromper o futebol mundial, segundo a secretária de Justiça dos EUA, Loretta Lynch. Eles são acusados de conspiração para cobrar mais de 150 milhões de dólares em propinas de diretores de marketing de empresas que trabalham com a Fifa. A propina envolvia, por exemplo, a venda de direitos comerciais dos torneios. Se condenados, eles podem pegar até 20 anos de cadeia.
“Eles assumiram o negócio do futebol e o transformaram num negócio criminoso. Eles corromperam o negócio de futebol mundial para servir a seus interesses e enriquecer”, afirmou Loretta. “Isso foi feito ano após ano, torneio após torneio”, disse ela. “O Departamento de Justiça está determinado a acabar com a corrupção no mundo do futebol e a levar os criminosos à Justiça”, acrescentou.
Dezenas de milhões de dólares foram localizados em contas bancárias em Hong Kong, nas Ilhas Cayman e na Suíça, segundo o chefe de investigações sobre evasão fiscal dos EUA, Richard Weber. “Era uma Copa do Mundo da fraude. Hoje estamos mostrando a eles o cartão vermelho”, disse. “É um grande dia para a luta global contra a corrupção, lavagem de dinheiro e evasão internacional de divisas.”
Acusações
Loretta anunciou que, ao todo, 14 pessoas são acusadas de crimes como corrupção e lavagem de dinheiro. Nove delas são cartolas e outras cinco, diretores de empresas que têm negócios com a Fifa. A secretária de Justiça evitou se pronunciar sobre o presidente da federação, Joseph Blatter, limitando-se a afirmar que não há acusações contra ele.
Entre os imputados estão mais dois brasileiros, além de Marin. Um deles é José Margulies, 75 anos. O outro é José Hawilla, 71.
Loretta denunciou, entre outros casos envolvidos no escândalo, o processo de escolha da África do Sul para ser a sede da Copa do Mundo de 2010, que, segundo ela, foi corrompido “através de subornos que influenciaram a decisão final”. A Fifa informou à imprensa que a eleição para o novo presidente da instituição, marcada para esta sexta-feira, está confirmada. Blatter é o favorito para seu quinto mandato. A entidade máxima do futebol também descartou repetir os processos de escolha das Copas do Mundo de 2018 e 2022. (Folhapress)