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Por Redação O Sul | 24 de maio de 2017
Preso na terça-feira (23), por suposto envolvimento em desvios de dinheiro nas obras do Estádio Mané Garrincha, o peemedebista Tadeu Filippelli, 67 anos, ganhou no ano passado um cargo de assessor especial do presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto, pela fama de saber negociar cargos e emendas com parlamentares independentemente de partidos. No currículo dele estão relações estreitas com três polos rivais que dominaram a política da capital.
Criado no ninho do PMDB do ex-governador Joaquim Roriz, figura popular na história recente de Brasília, ele se afastou de “pai Roriz” para se aliar a José Roberto Arruda, do então PFL, que ganhou o governo distrital em 2006, e, após controlar parte dos cargos do pefelista, se elegeu, em 2010, vice-governador na chapa de Agnelo Queiroz, do PT.
Filippelli controlou e conheceu como poucos a máquina de obras de Brasília. Engenheiro eletricista e funcionário da CEB (Companhia Energética de Brasília), foi secretário de Infraestrutura e Obras de Roriz entre 1999 e 2003.
Aos poucos, conseguiu o controle regional do PMDB, a ponto de romper com o padrinho e obrigar o campeão de votos das cidades-satélites do Distrito Federal a deixar a legenda. Com o partido nas mãos, Filippelli ainda avançou sobre o PP e ajudou a eleger Arruda. O preço pelo apoio incluiu a Novacap, empresa que controla terras do Distrito Federal e uma série de cargos em setores diversos do Palácio do Buriti.