Sábado, 04 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de setembro de 2015
Em depoimento à PF (Polícia Federal), o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa ligou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao lobista Fernando Baiano, apontado como o operador do PMDB no esquema do petrolão. Costa afirmou que Baiano “sempre disse” que o contato dele no partido era com Calheiros e que o lobista viajava constantemente a Brasília para falar com o peemedebista.
O operador do PMDB fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. A colaboração de Baiano pode complicar ainda mais a situação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusado pelo executivo Júlio Camargo, da Toyo Setal, de cobrar propina no petrolão. O presidente do Senado, investigado em três inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal), também é um provável nome a ser implicado pelo lobista.
À PF, Costa detalhou um critério inusitado para saber se os pagamentos de propina aos caciques do PMDB estavam em dia: segundo ele, o fato de não receber queixas do partido era o sinal de que a legenda “estava sendo atendida a contento”.
As tratativas com peemedebistas se davam de maneira sutil, sem que se detalhassem os valores exatos que chegariam às lideranças ou a maneira de fazê-lo. Essa parte, de acordo com Costa, cabia a Baiano.
Também em depoimento à PF, o presidente do Senado negou qualquer acusação contra ele e afirmou que jamais recebeu propina.