Mundo Ex-diretor do FMI responde investigação judicial com denúncia por calúnia
Por Redação O Sul | 17 de outubro de 2015
O ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, que está sendo investigado na França por fraude e desvio de capitais no fundo de investimento luxemburguês LSK que lançou em 2013, anunciou neste sábado (17) que vai responder a esse processo com uma denúncia por calúnia. Segundo afirmou à imprensa francesa seu advogado, Jean Vail, a denúncia será apresentada esta semana contra Jean-François Ott, acionista na LSK, e contra uma empresa cipriota de sua propriedade, a Roxannia.
A procuradoria de Paris (França) abriu no último dia 28 de julho uma investigação preliminar contra Strauss-Kahn por fraude e desvio de fundos após a denúncia feita por Ott. Ott alegou que, como acionista, lhe foi apresentada uma situação financeira da LSK que não se ajustava à realidade, razão pela que decidiu perseguir nos tribunais seus antigos administradores, entre os quais se encontra Strauss-Kahn.
Segundo a revista do Le Parisien, a LSK dilapidou 100 milhões de euros reivindicados agora por um total de 156 credores que investiram no fundo, muitos deles atraídos pela aura de solvência que se atribuía ao ex-ministro da Economia da França.
O também ex-diretor-gerente do FMI tinha assegurado que, afastado da política, queria transformar a LSK em um fundo de investimento de 2 bilhões de dólares, mas a má gestão da empresa a fez declarar falência em novembro do ano passado, poucas semanas depois do suicídio em Tel Aviv de seu gerente executivo, Thierry Leyne.
Dias antes, Strauss-Kahn tinha apresentado sua demissão, mas sua assinatura aparece em muitas das atas do conselho de administração investigadas pela Justiça.
Esta última denúncia representa um novo obstáculo para quem era favorito para as eleições presidenciais de 2012 na França, antes que em maio do ano anterior a acusação de estupro de uma funcionária de um hotel de Nova York pusesse fim a sua carreira política e lhe obrigasse a abandonar o FMI.
Absolvido desse caso após chegar a um acordo econômico com a denunciante, Strauss-Kahn enfrentou na França à acusação de prostituição agravada por ter participado de diversas orgias sexuais com prostitutas, um caso do qual também saiu imune.
