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Política Ex-líder do governo Bolsonaro pede perdão ao ministro Alexandre de Moraes após xingá-lo de “canalha”

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O pedido foi entregue pessoalmente a Moraes, que recebeu Otoni de Paula em seu gabinete.

Foto: Myke Sena/Câmara dos Deputados
O pedido foi entregue pessoalmente a Moraes, que recebeu Otoni de Paula em seu gabinete. (Foto: Myke Sena/Câmara dos Deputados)

Após chamar Alexandre de Moraes de “lixo”, “canalha”, “vergonha”, “esgoto” e “déspota”, o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) entregou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) uma carta escrita à mão em que pede “perdão” e reconhece que, “tomado de forte emoção”, acabou se “excedendo” ao disparar ofensas e xingamentos contra o magistrado em duas lives.

O pedido foi entregue pessoalmente a Moraes, que recebeu Otoni em seu gabinete. Na época do episódio, em 2020, Otoni de Paula era vice-líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados – e havia se tornado alvo de uma decisão do magistrado que determinou a quebra do sigilo bancário de 11 parlamentares no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos. Otoni também criticou uma outra decisão de Moraes, que proibiu o blogueiro Oswaldo Eustáquio de utilizar redes sociais.

O parlamentar acabou deixando o cargo de vice-líder logo depois, sob a justificativa de que sua opinião sobre Moraes era “pessoal” e de sua “responsabilidade” – e ainda alegou que não queria que os ataques fossem interpretados como opinião do Palácio do Planalto.

Ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de Augusto Aras em julho de 2020 por difamação, injúria e coação no curso do processo. Em 2023, o plenário do Supremo aceitou a acusação e tornou o deputado réu. Moraes se declarou impedido e não participou do julgamento. Ainda não há previsão de quando a Corte vai decidir se o absolve ou o condena no caso, que pode levar à perda do mandato.

Otoni de Paula diz que escreveu o documento “com o objetivo de pedir perdão” ao ministro do Supremo. O termo “perdão”, aliás, aparece duas vezes ao longo da carta – na introdução e no encerramento.

“Soube da decisão de Vossa Excelência (da quebra de sigilo) através da imprensa. Naquele momento, vi minha honra como político, pastor e chefe de família sendo exposta à opinião pública, tão acostumada a associar tais decisões judiciais à corrupção ou algo parecido. Por viver da minha imagem e sabedor que tenho pautado minha vida pública e privada na honestidade, tomei a decisão de abrir uma live pela minha rede social com o intuito de me defender e, justamente, nesse momento, tomado de forte emoção, acabei me excedendo e acabei me dirigindo a Vossa Excelência com um nível de desrespeito que me envergonho hoje”, escreveu o parlamentar.

“Ministro, sou pastor há mais de 30 anos das Assembleias de Deus, portanto, tal comportamento e vocabulário ofensivo, são inaceitáveis pela Igreja, mas fui vencido pelo destempero e seduzido por aquele momento de ataque às instituições, uma página triste na política brasileira. Por essa razão quero demonstrar à Vossa Excelência meu profundo arrependimento, pedindo escusas à Vossa Excelência.”

No desfecho da carta, o deputado faz um apelo pessoal ao ministro do Supremo ao reconhecer os riscos de perder o mandato por conta de sua conduta.

“Tenho consciência que o julgamento que serei submetido no plenário da Suprema Corte, por ofensas a Vossa Excelência, pode estabelecer a perda do meu mandato parlamentar e o fim da minha carreira política, mas suplico o favor de Vossa Excelência, que me ajude a não viver essa vergonha diante dos meus filhos e Igreja”, afirmou Otoni de Paula.

Procurado, o deputado disse que tem “plena consciência” do erro e relatou o encontro com Moraes, que durou cerca de 15 minutos.

“O ministro me recebeu em seu gabinete, foi muito gentil e respeitoso. Acredito que houve o encontro de dois seres humanos que entenderam que, quando se está debaixo de tensões, a gente pode cometer erros. Eu tenho consciência que errei quando ataquei o ministro com adjetivos inapropriados. Naquele momento sei que agi debaixo de forte emoção e o ministro compreendeu isso, me possibilitando a oportunidade de um acordo de não persecução penal”, disse.

Otoni, que é próximo ao governo Lula e ganhou o rótulo de “governista” de colegas conservadores, se distanciou de Bolsonaro e perdeu em fevereiro deste ano a eleição para presidir a Frente Parlamentar Evangélica, apontando interferência do ex-presidente na disputa. As informações são do jornal O Globo.

 

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