Sábado, 31 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 25 de abril de 2022
O Republicanos anunciou nesta segunda-feira (25) a pré-candidatura da ex-ministra Damares Alves ao Senado pelo Distrito Federal, cargo que também será disputado por outra ex-ministra do presidente Jair Bolsonaro (PL), Flávia Arruda (PL). Nos bastidores, o movimento é visto como pressão para Flávia ceder a vaga da primeira suplência de sua chapa para o Republicanos.
Damares e Flávia deixaram o governo no último dia 31 para disputar as eleições deste ano. A ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos transferiu seu título para o Distrito Federal e a expectativa majoritária, até o momento, era a de que ela disputasse uma vaga na Câmara. O objetivo seria ampliar a bancada bolsonarista em um eventual segundo mandato do atual presidente.
Damares Alves disse não ter inimigas nem adversárias ao lançar sua pré-candidatura ao Senado pelo Republicanos na noite desta segunda-feira em Brasília. Trata-se de uma referência a Flávia Arruda, que se desligou do cargo de ministra da Secretaria de Governo para concorrer ao pleito.
“A primeira pergunta política que a imprensa me fez: ‘E aí, Damares, você não tem uma amiga que é candidata também?’ É pré-candidata também e amo a minha amiga”, disse ao discursar no lançamento de sua pré-candidatura. “Eu tenho um recado para a imprensa: eu não tenho inimiga nem adversária, eu tenho concorrentes. Mas a cadeira é nossa.”
Depois do evento, ao falar com jornalistas à saída do evento, Damares deixou aberta a possibilidade de chegar a um acordo com Flávia mais adiante, conforme o andamento das pesquisas, para que uma das duas abra mão da candidatura.
“Nós podemos estar juntas, por que não? Eu se eu não fosse pré-candidata eu votaria nela [Flávia]”, afirmou. “Nós podemos conversar muito sobre isso, nós temos uma pauta, o que a gente quer, essa cadeira vai ser conservadora. A cadeira vai ser nossa.”
Próxima da primeira-dama Michelle Bolsonaro, Damares disse que irá “liberá-la” de subir em seu palanque, afirmando que ela terá a missão de acompanhar Bolsonaro em vários palanques pelo Brasil.
Com grande apelo entre o público evangélico, a ex-ministra prometeu aos correligionários que “a nossa campanha não vai ser uma campanha de agressão”.
“Nós vamos continuar amando ela (sic), não vamos tolerar nesse partido nenhuma agressão a mulher candidata”, afirmou, sem mencionar em nenhum momento o nome de Flávia.
Tanto o PL quanto o Republicanos fazem parte da base do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), que tentará a reeleição em outubro.
Damares deverá concorrer como candidata avulsa, segundo o presidente do Republicanos no Distrito Federal, Wanderley Tavares.
Flávia, por sua vez, tem um acerto com o governador para sair candidata ao Senado na chapa do emedebista. As informações são dos jornais O Estado de S. Paulo e Valor Econômico.