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Brasil Ex-ministro da Fazenda destaca que a geração de empregos é a melhor política social que existe

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Meirelles também reconhece a necessidade de um programa de renda mínima para a população mais vulnerável. (Foto: Agência Brasil)

O secretário da Fazenda e do Planejamento do governo do estado de São Paulo, Henrique Meirelles, não vê uma saída fácil da crise provocada pela pandemia da covid-19 sem uma vacinação em massa. O consenso entre economistas é que, sem a imunização da população, não será possível uma retomada da economia de forma mais consistente. E, nesse cenário da segunda onda lotando as UTIs dos hospitais brasileiros, e fazendo estragos pelo mundo, a melhor política social que existe, no entender de Meirelles, é a criação de emprego, que será consequência da implementação, de fato, de uma agenda liberal. Confira trechos da conversa a seguir.

1) Estamos em um processo de retomada lenta ou acelerada, em V, como o ministro da Economia, Paulo Guedes, diz?

Vai depender da vacinação. Será decisiva agora a aplicação em massa da vacina. Isto, sim, vai resolver o problema da pandemia. Na medida em que a vacina começar a ser aplicada em número suficiente para imunizar toda a população, numa velocidade rápida, adequada, aí sim, nós teremos uma volta da confiança na economia, e o país poderá voltar a crescer nos patamares que estavam sendo previstos pelos analistas. Os mercados já começaram, digamos, a acordar para isso — com a subida do dólar, a subida dos juros, etc. —, porque começaram a ver que aquele quadro clássico, de que teremos uma retomada forte, não está se configurando, principalmente por causa da segunda onda. Portanto, a vacinação é fundamental. Ultrapassada a vacinação, caso isso seja feito com competência e velocidade, nós, aí sim, teremos uma economia crescendo e condições de enfrentar o segundo desafio importante que é a questão fiscal.

2) A agenda liberal prometida pelo ministro Paulo Guedes não conseguiu avançar nesses dois anos de governo. O senhor acha que ela conseguirá ser implementada nessa segunda metade de mandato?

É absolutamente fundamental que seja implementada, porque isso faz parte e é a condição necessária do ajuste fiscal. Nós temos que, de um lado, eliminar o deficit das empresas estatais através da privatização, gerando recursos para o governo provenientes exatamente desse processo, ajudando a abater a dívida e, ao mesmo tempo, injetando capital privado e maior eficiência de administração nessas empresas, fazendo com que elas possam colaborar mais para o crescimento.

3) Martin Wolf escreveu, recentemente, no Financial Times que o pai do liberalismo, Milton Friedman, precisa ser reavaliado. É possível avançar nessa agenda liberal diante do novo flagelo da pandemia: o inevitável aumento da desigualdade?

A melhor política social que existe a longo prazo é a criação de empregos. A agenda liberal, na medida em que promova a eficiência da economia, maior investimento por parte do setor privado — na indústria, no comércio, nos serviços e na infraestrutura —, teremos uma economia funcionando melhor, criando mais empregos. A economia liberal é o caminho, de fato, para o crescimento e a criação de emprego — que, de novo, é a melhor política social que existe. Evidentemente, políticas sociais visando a suplementar a renda das pessoas que estão desempregadas, mais vulneráveis — enquanto o país não cria empregos suficientes para todos e não tem um sistema educacional que prepare as pessoas para o mercado de trabalho —, são necessárias. O equilíbrio disso é o que vai gerar a melhor solução possível de uma agenda de crescimento, de investimento, e ao mesmo tempo uma política social que atenda e proteja os mais vulneráveis. O que é necessário é um senso prático de realismo nesse processo. E não temos exemplos de muito sucesso de visões excessivamente dogmáticas, seja de um lado, seja de outro. Precisamos, sim, de uma política liberal na economia — com investimento privado, criação de empregos, desburocratização, melhora do ambiente de negócios — e, de outro lado, políticas sociais que complementem essa estrutura até que o país vá, cada vez mais, criando empregos e tendo condições de empregar sua população. De novo, sem esquecer da educação, que é fundamental.

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