Sexta-feira, 17 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de janeiro de 2016
O delator da Operação Lava-Jato Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará, afirmou em depoimento que o ex-deputado Mario Negromonte (PP) perdeu o cargo de ministro das Cidades no primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff porque estaria “roubando apenas para ele próprio”.
Ceará foi descrito pela força-tarefa do petrolão como um dos responsáveis por distribuir propina a políticos a mando do doleiro Alberto Youssef. Ele afirmou à força-tarefa da Lava-Jato que Youssef classificava Negromonte como o “mais achacador” dos políticos envolvidos no esquema.
Ainda segundo ele, o ex-ministro cobrava suborno insistentemente e teria perdido o cargo no primeiro escalão no governo petista porque não repassava a propina que, no esquema criminoso, deveria ser enviada a políticos do PP. Segundo relato do delator, Negromonte teria recebido 5 milhões de reais em propina durante a campanha eleitoral de 2010.
Repasses de dinheiro, conforme Ceará disse ter ouvido de Youssef, eram feitos pelo próprio irmão do ex-ministro, Adarico Negromonte, inocentado pelo juiz Sergio Moro na Lava-Jato, e por Rafael Ângulo Lopes, delator e carregador de propina do doleiro.
Entre os destinatários que receberam dinheiro das mãos de Ceará estão os ex-deputados federais João Pizzolatti (PP-SC), Pedro Corrêa (ex-PP-PE) e Luiz Argôlo (ex-PP-BA), todos investigados ou já condenados no escândalo do petrolão.