Domingo, 07 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de dezembro de 2025
Detenção durou 20 dias após condenação por associação criminosa
Foto: ReproduçãoO ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, de 70 anos, vai lançar um livro de memórias em que conta sobre os 20 dias que ficou preso. A pena foi cumprida após a condenação por permitir que pessoas próximas a ele se aproximassem da Líbia de Muamar Kadafi, morto em 2011, para obter fundos para financiar ilegalmente sua vitoriosa campanha de 2007. Em sua publicação, que teve trechos divulgados no sábado (6), ele fala de temas como monotonia e solidão e da rotina, que inclui a alimentação.
Em 21 de outubro, Sarkozy se tornou o primeiro chefe de Estado francês a ser encarcerado desde o fim da Segunda Guerra Mundial e o primeiro entre países que hoje integram a União Europeia. Por três semanas, cumpriu regime de isolamento na prisão parisiense de La Santé, onde dois policiais foram instalados na cela vizinha para garantir sua segurança.
O ex-presidente escreveu um livro de 216 páginas intitulado Journal d’un prisonnier (“Diário de um Prisioneiro”). O lançamento está previsto para a próxima quarta-feira, dia 10 de dezembro. Trechos foram publicados em diversos veículos de comunicação franceses no sábado, o Le Monde destacou:
“O cinza dominava tudo, devorava tudo, cobria todas as superfícies”, escreve ele em uma passagem. “Eu teria dado tudo para poder olhar pela janela, para apreciar a vista dos carros passando.”
Entre os relatos está a primeira noite que passou na cadeia. Sarkozy conta na obra que se ajoelhou para rezar após assistir a uma partida de futebol. “Foi algo natural”, escreve ele. “Fiquei assim por vários minutos. Rezei pedindo forças para suportar a cruz dessa injustiça.”
Sarkozy foi sentenciado a cinco anos de prisão, mas recebeu liberdade condicional sob restrições após cumprir 20 dias, na sequência de uma decisão do tribunal de apelações que considerou não haver risco de fuga. Devem ser seguidas medidas de supervisão judicial, e o Tribunal de Apelações de Paris também o proibiu de sair da França e de entrar em contato com o ministro da Justiça, Gérald Darmanin, cuja visita à prisão de La Santé, em Paris, gerou controvérsia.
“Costuma-se dizer que se aprende em qualquer idade. Isso é verdade, porque aprendi muito na prisão de La Santé, sobre os outros e sobre mim mesmo”, escreve ele em outro trecho do livro, destaca o Le Monde. (Com informações de O Globo)