Terça-feira, 20 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 19 de novembro de 2016
A propina do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) direcionada ao ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), preso em um desdobramento da Operação Lava-Jato, pagou móveis, eletrodomésticos, veículos, máquinas agrícolas e até vestidos de festa caríssimos para a ex-primeira-dama daquele Estado, Adriana Ancelmo. Somente em seis vestidos foram gastos 57 mil reais.
De acordo com o Ministério Público Federal, Cabral recebeu, em espécie, 2,7 milhões de reais da Andrade Gutierrez pelo contrato de terraplanagem do Comperj – o equivalente a 1% da participação da empreiteira na obra.
O fato foi delatado pelos próprios executivos da empresa, colaboradores da Lava-Jato. Cabral sempre negou que tenha solicitado propinas e afirmou ter tido “apenas relações institucionais” com as empreiteiras durante seu governo.
A suspeita dos procuradores é que, do valor total da propina, pelo menos 950 mil reais tenham sido gastos em bens de alto valor, como os vestidos de Adriana, e em depósitos bancários de 10 mil reais, segundo levantamento parcial nas contas do ex-governador.