Quinta-feira, 16 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de novembro de 2021
O ex-coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato Deltan Dallagol anunciou, nesta quinta-feira (4), sua saída do MPF (Ministério Público Federal). O anúncio foi feito em um vídeo postado nas redes sociais. Dallagnol deixou o MPF após 18 anos. “Essa decisão de sair do Ministério Público não foi fácil. Eu tenho muito orgulho do Ministério Público e do trabalho que ele faz pela sociedade brasileira em diferentes áreas. Contudo, os nossos instrumentos de trabalho para alcançar a justiça vêm sendo enfraquecidos, destruídos” afirmou.
“Eu creio que agora eu posso fazer mais pelo país fora do Ministério Público, lutando com mais liberdade pelas causas em que eu acredito. Às vezes, é necessário dar um passo de fé na direção dos nossos sonhos. Eu tenho várias ideias sobre como eu posso contribuir e serei capaz de avaliar, refletir e orar melhor sobre essas ideias depois de sair do Ministério Público. Assim que essas ideias se concretizarem em planos e ações, eu vou compartilhar com vocês”, disse.
Dallagnol é formado em Direito pela Universidade Federal do Paraná e tem mestrado pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Entrou para o MP do Estado em 2003, após ficar em primeiro lugar no concurso público. A expectativa é de que se filie ao mesmo partido escolhido por Moro para disputar as eleições do próximo ano, o Podemos, liderado pelo senador Alvaro Dias, também do Paraná, como ambos.
Lava-Jato
Dallagnol já tinha se afastado da coordenação da força-tarefa em setembro de 2020, após seis anos à frente da operação.
Na época, ele afirmou que precisaria dedicar mais tempo à filha, que tinha apresentado sinais de regressão no desenvolvimento.
Em fevereiro de 2021, a força-tarefa “deixou de existir”, de acordo com o MPF, e os procuradores da força-tarefa passaram a integrar o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Processos disciplinares
Em setembro de 2020, Dallagnol foi punido pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) por postagens publicadas nas redes sociais contra a candidatura de Renan Calheiros (MDB) à presidência do Senado, em 2019.
Na oportunidade, o conselho entendeu que Deltan cometeu infração disciplinar por suposta tentativa de interferência na disputa.
A punição de censura, que atrasa a progressão de carreira dos procuradores, foi confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em março de 2021. As informações são do portal de notícias G1, da Agência Brasil e do jornal O Estado de S. Paulo.