Segunda-feira, 27 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de abril de 2016
A PF (Polícia Federal) deflagrou a 28ª fase da Operação Lava-Jato na madrugada desta terça-feira (12) em São Paulo, Rio de Janeiro, Taguatinga (DF) e Brasília. A ação, batizada de Vitória de Pirro, cumpriu 21 mandados judiciais: dois de prisão temporária, um de prisão preventiva, 14 de busca e apreensão e quatro de condução coercitiva. O ex-senador Gim Argello (PTB-DF) foi preso preventivamente.
O nome de Argello aparece na delação do senador Delcídio do Amaral. Segundo Delcídio, Argello e outros parlamentares cobravam dinheiro de empreiteiros investigados na Operação Lava-Jato para que eles não fossem chamados para depor na CPI da Petrobras no Senado e na CPI mista da estatal.
O Ministério Público Federal afirmou que há evidências de que o ex-senador pediu R$ 5 milhões em propina para a empreiteira UTC Engenharia e R$ 350 mil para a OAS. Argello foi integrante da CPI instaurada no Senado e vice-presidente da CPI mista.
O ex-diretor financeiro da UTC Engenharia Walmir Pinheiro Santana, um dos delatores do esquema de corrupção investigado pela Lava-Jato, relatou em depoimento à Procuradoria-Geral da República um suposto acordo firmado em 2014 entre o dono da empresa, Ricardo Pessoa, e Argello. Pelo acordo, Pessoa não seria chamado a depor na CPI mista da Petrobras. As CPIs foram instauradas em 2014 com o objetivo de investigar irregularidades na Petrobras.
Paulo Cesar Roxo Ramos, assessor de Argello, e Valério Neves Campos, secretário-geral da Câmara Legislativa do Distrito Federal, também foram presos. Os crimes investigados nesta etapa da Lava-Jato são concussão, corrupção ativa, associação criminosa e lavagem de dinheiro.