Quarta-feira, 08 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 14 de abril de 2018
O exército sírio anunciou neste sábado (14) que reconquistou integralmente o reduto rebelde em Guta Oriental, perto de Damasco, após a evacuação dos últimos rebeldes da cidade de Duma. A ofensiva do regime sírio contra a região levou quase dois meses.
“Todos os terroristas abandonaram (a cidade de) Duma, o último de seus bastiões em Guta Oriental”, anunciou a agência de notícias oficial da síria Sana, citando um porta-voz do exército. O regime de Bashar al-Assad classifica os rebeldes como “terroristas”.
“Ao mesmo tempo em que estamos resistindo com nossas capacidades de Defesa contra a agressão tripartite pelos EUA, França e Reino Unido contra diversos alvos na Síria, e depois de numerosas operações militares na semana passada, unidades de nossas forças armadas e seus aliados conseguiram limpar Guta Oriental em todos os seus bairros e vilarejos vizinhas, das organizações terroristas armadas, depois de expulsar todos os terroristas de Duma”, diz o comunicado do Exército.
No final de março, a Rússia, principal aliada do regime Sírio, informou que operação para retomar controle de Guta Oriental estava “quase encerrada”. Milhares de combatentes aceitaram acordos mediados pela Rússia para deixar a região com suas famílias. Ônibus foram fornecidos pelo governo e os rebeldes saíram em comboios durante essa semana.
Ofensiva contra Guta
O governo sírio lançou em 18 de fevereiro uma ofensiva com o apoio da Rússia, sua aliada na guerra, para libertar esse enclave rebelde situado perto de Damasco. Segundo o OSDH (Observatório Sírio de Direitos Humanos), ao menos 1.700 civis morreram nos bombardeios durante esse tempo. Duma é a cidade mais importante da região de cerca de 400 mil habitantes.
Ataque químico em Duma
Foi lá onde supostamente ocorreu um ataque químico no dia 7 de abril, pelo qual as potências ocidentais acusam o regime de Damasco. Nessa sexta, EUA, França e Reino Unido lançaram um ataque contra instalações da Síria em retaliação ao suposto ataque químico.
Os governos da Síria e da Rússia negam que tenham usado armas químicas e dizem que o ataque foi forjado por rebeldes.
Terroristas
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, classificou neste sábado (14) de “agressão contra um Estado soberano” o ataque dos Estados Unidos e seus aliados contra a Síria, informou a agência Efe. Ele também acusou Washington de ajudar terroristas que atuam no país árabe. A Rússia é a maior aliada do regime sírio de Bashar al-Assad.
“Com as suas ações, os EUA pioram ainda mais a catástrofe humanitária na Síria. Eles levam sofrimento para a população civil e toleram os terroristas que torturam há sete anos o povo sírio”, disse Putin, em comunicado divulgado pelo Kremlin.
O líder russo também negou que há evidências de uso de armas químicas no subúrbio de Douma. O suposto uso de armas químicas é uma das principais justificativas dos EUA e aliados para o ataque a Síria na noite de sexta-feira (13).
Opositores sírios, agentes humanitários e paramédicos alegam que mais de 40 pessoas foram mortas no dia 7 de abril em um suposto ataque químico em Douma, cidade controlada por rebeldes na periferia de Damasco, a capital da Síria.