Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 18 de abril de 2016
Dizem que quando um homem de mais de 70 anos fica viúvo, o enterro de sua esposa é concorridíssimo. Mulheres viúvas, separadas ou solteiras tentam chegar primeiro para consolá-lo e quem sabe, a partir daí, iniciar um romance. Pesquisas mostram que o período máximo que um viúvo fica sozinho não passa de um ano. E isso ocorre porque existe muito mais mulher disponível para o casamento do que homem. A mulher, além de viver mais, há algumas décadas só se casava com homens bem mais velhos.
Homens e mulheres que eram jovens, e se casaram antes da liberação dos anos 1970, carregam pela vida uma moral sexual repressora. Foram criados com uma visão do sexo bem diferente da que se tem hoje, e havia pouco espaço para o prazer. Esses valores ainda estão vivos em cada um e isso fica claro na forma pela qual as “moças de família” sempre foram distinguidas das “outras”, aquelas que gostam de sexo.
O homem, quando arranjava trabalho, procurava uma “boa moça” para se casar. Só seria escolhida a que se esforçasse para corresponder às expectativas dele e deixasse claro que desejo sexual não fazia parte da sua vida. O sexo era feito no escuro, e era comum as mulheres nunca permitirem que seus maridos as vissem nuas.
O homem, por sua vez, tinha obrigação de sustentar e proteger a família. Mas do ponto de vista sexual, era desastroso o desempenho da maioria. Casavam sem experiência alguma ou, no máximo, com uma ou outra relação anterior com prostituta. Acrescente-se a isso a total desinformação da época e também a dificuldade em conciliar sexo, considerado impuro, com a pureza que eles esperavam da futura mãe de seus filhos. Entretanto, quem está com mais de 70 anos e conseguiu se livrar dos antigos preconceitos, passando a aceitar o sexo como importante e natural, esbarra agora em outro obstáculo. É a crença tão difundida socialmente de que na velhice as pessoas são assexuadas.
Assim, o homem estaria condenado à impotência e a mulher, depois da menopausa, não se interessaria mais pelo assunto. Mas nada disso é verdade. Apesar de toda a transformação fisiológica que ocorre com o envelhecimento, não existe limite para o exercício da sexualidade e, sem dúvida, homens e mulheres podem ter muito prazer sexual até o fim da vida. (Regina Navarro Lins/AD)