Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 5 de setembro de 2022
A Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia informou que a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 4,2 bilhões em agosto. O superávit é registrado quando as exportações superam as importações. Quando acontece o contrário, o resultado é de déficit.
Ao todo, segundo o governo:
— as exportações em agosto somaram US$ 30,840 bilhões; e
— as importações, US$ 26,675 bilhões.
O resultado representa queda do saldo na comparação com o mês de julho, quando o superávit foi de US$ 5,4 bilhões.
Além disso, o saldo de agosto de 2022 representa queda de 45% na comparação nominal com o mesmo mês de 2021, quando o superávit da balança foi de US$ 7,7 bilhões. Na comparação pela média diária, que considera somente dias úteis, a queda foi de 48%.
Acumulado do ano
No acumulado de janeiro a agosto deste ano, segundo os dados oficiais, a balança comercial registra saldo positivo de US$ 44,1 bilhões, queda de 15,2% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o superávit somou US$ 52 bilhões. Pela média diária, a queda foi de 15,8%.
Segundo o Ministério da Economia, nos oito primeiros meses deste ano, as exportações somaram US$ 225,1 bilhões, e as importações totalizaram US$ 181 bilhões.
Previsão
O Ministério da Economia estima que a balança comercial vai fechar o ano com um saldo positivo de US$ 81,5 bilhões.
O valor pode ser revisado na próxima divulgação, que provavelmente acontecerá em 3 de outubro.
Soja
Análise realizada pela consultoria Datagro indica forte volume geral do complexo soja a ser embarcado neste ano: 98,280 milhões de toneladas. Contudo, 6,4% abaixo do recorde de 105,034 milhões de toneladas registrado em 2021.
Para chegar a esse total, leva-se em conta a estimativa de embarques de 78,500 milhões de toneladas de soja, recuo de 8,8% na comparação com o ano anterior; 18,260 milhões de toneladas de farelo de soja (+5,8%); e 1,520 milhões de toneladas de óleo de soja (-8,3%).
Dois fatores explicam essa redução ante 2021: queda da safra deste ano, atualmente avaliada em 126,587 milhões de toneladas, 9% aquém do montante colhido na temporada anterior; e retração do consumo no ano comercial 2021/22, finalizado em 31 de agosto.
Primeira estimativa da Datagro para as exportações brasileiras do complexo soja em 2023 aponta para avanço no volume e valor na comparação com 2022.
“Isso porque, mesmo com a expectativa de alguma retração nos preços médios em todo o complexo no próximo ano, devemos observar bom aumento nos volumes embarcados, combinando safra maior e boa demanda”, explica França Junior.
Os números iniciais de receita indicam US$ 62,885 bi, que, caso seja concretizado, representaria aumento de 9,5% sobre o ano atual, sendo distribuído dessa maneira:
— US$ 52,250 bi de soja em grão (+13,8%);
— US$ 8,325 decorrentes das vendas de farelo (-7,9%);
— US$ 2,310 bi derivados das comercializações de óleo de soja (-5,9%).
“Apesar dos ganhos nos volumes, temos a estimativa de limitação nos ganhos de receita por conta da previsão de preços médios um pouco menores”, explana França Junior.