Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 23 de janeiro de 2021
O valor das exportações da América Latina e Caribe em 2020, diminuiu 13% em relação ao ano anterior, na influência da crise econômica gerada pelo coronavírus, informou a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal).
Segundo a Comissão, as importações foram reduzidas em 20%.
Embora a contração seja menor que a projetada no início de agosto do ano passado (-23%), é a pior queda das exportações desde a crise financeira mundial de 2008-2009.
“A região se ‘desintegra’ comercial e produtivamente desde meados da década passada, coincidindo com seu menor crescimento em sete décadas”, disse Alicia Bárcena, secretária-geral da Cepal, ao entregar o relatório de Perspectivas do Comércio Internacional da América Latina e Caribe 2020, na sede regional desta instituição da ONU, em Santiago.
“Isso é muito preocupante, porque o comércio intrarregional é o mais propício à diversificação de produtos, internacionalização de empresas (especialmente PMEs) e igualdade de gênero”, continuou Bárcena.
Com mais de 17 milhões de infectados e mais de 550.000 mortos, o coronavírus atingiu duramente a América Latina, provocando uma crise econômica que levou a uma contração do crescimento de 7,7% em 2020.
A pandemia obrigou os governos da região ao fechamento de fronteiras e a estabelecer restrições à mobilidade que impactaram fortemente o comércio externo, segundo a Cepal.
Para 2021, a Cepal estima que as exportações crescerão entre 10% e 15% sobre 2020. No entanto, Bárcena considera que a onda de surtos da doença na região criou uma “incerteza” sobre o que realmente acontecerá no comércio externo em 2021.
Investimento estrangeiro
Em dezembro, um relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe apontou uma queda de cerca de 50% nos investimentos estrangeiros diretos (IED) durante o ano de 2020, na América Latina e o Caribe, devido ao impacto da pandemia do coronavírus.
Globalmente, os valores de investimento estrangeiro direto devem ter queda de 40% em 2020, e até 10% no próximo. Com isso, em 2021 o IED mundial deve ter o valor mais baixo desde 2005 – e a América Latina e Caribe apresentarão o declínio mais acentuado.
“A América Latina e o Caribe receberam US$ 160,7 bilhões para investimentos estrangeiros diretos em 2019, 7,8% a menos que em 2018, queda que vai se agravar em 2020, já que, em decorrência da crise derivada da pandemia da Covid-19, projeta-se um recuo entre 45% e 55%”, informou a Comissão.
Desde 2012, quando foi alcançado o máximo histórico, a queda dos fluxos de investimento estrangeiro tem sido quase ininterrupta na América Latina e no Caribe, segundo a Cepal.