Quinta-feira, 01 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 28 de março de 2016
Alguma vez você já desejou, após o fim de um namoro, que houvesse um “aspirador” de Facebook que pudesse sugar todos os traços de um relacionamento da internet? Principalmente fotos? Pois essa ferramenta existe desde novembro, como parte de um kit que a rede social projetou para administrar e fazer curadoria do arquivo digital, que cresce a cada relacionamento. É como limpar o armário, explica Kelly Winters, gerente de produto do que o Facebook chama de “Equipe Compaixão”, um esquadrão formado por gerentes de produtos, designers, engenheiros, pesquisadores, cientistas sociais e psicólogos.
Três milhões de usuários já usaram algum aspecto do fluxo de término, como é chamado, escolhendo diminuir o que veem sobre um ex e, da mesma maneira, esconder suas próprias mensagens, o que pode ser revertido se o futuro trouxer uma nova mudança.
Confusão.
Não é novidade que as redes sociais, em cujo ambiente existe mais de 1,5 bilhão de pessoas, são um espaço complexo e algumas vezes confuso. A Equipe Compaixão está dedicada a fazer com que as interações do Facebook sejam mais humanas e entre humanos.
Kelly e seus colegas desenvolveram ferramentas para ajudar com as decisões sociais, a intimidação, a agressão on-line (ou o que é percebido como agressão), os distúrbios alimentares e questões particulares de alunos do ensino médio.
Novos projetos vão ajudar a identificar ideias suicidas em mensagens de amigos e oferecer ajuda conectando recursos para prevenção do suicídio. Existe uma equipe trabalhando em como lidar com os perfis do Facebook depois que uma pessoa morre; outro grupo criou checagens de segurança, para que amigos e familiares possam se comunicar rapidamente no caso de um desastre.
A designer de produtos Emily Albert foi a idealizadora da ferramenta para minimizar o problema de como “desenlaçar digitalmente” sem escolher a opção de deixar de ser amigo ou de bloquear a pessoa. “Ficava vendo uma mensagem atrás da outra. Experimentando essa coisa que muitos dos meus amigos viveram, quando é quase impossível se separar enquanto você está tão amarrado digitalmente. Em um movimento catártico para ter mais poder, pensei: E se o Facebook tentasse resolver isso?”
Relação.
Existem estudos que examinam os relacionamentos entre estilos de vínculo e uma tendência à vigilância digital no Facebook depois do término de um namoro. Algumas pesquisas mostram uma correlação entre essa vigilância digital – chamada de perseguição no Facebook – e o que é conhecido como invasão de relacionamento obsessivo.
Encontrar o tom certo foi uma grande parte do processo de design, conta Emily, e a linguagem se tornou crucial para montar um kit de ferramentas que fosse flexível o suficiente para lidar com o rompimento entre uma garota de 14 anos e o namorado de quatro semanas e entre casais de muitos anos com filhos.
Também tinha que ser neutro, não familiar, e de maneira nenhuma encorajador. “Se os designers são responsáveis pela surpresa e pela alegria, o que significa fazer projetos para aspectos da vida que são dolorosos?”, pergunta ela.
A linguagem do Facebook não é poesia lírica, longe disso, mas resolve o problema. Se você conseguir encontrar o fluxo de rompimento (não é fácil nesse momento: ele está disponível apenas no celular e só nos Estados Unidos), vai descobrir uma variedade de opções.
“Dê um tempo. Aqui estão algumas mudanças que podem ajudar. Não vamos notificar ‘Ex’ de quaisquer mudanças que você fez. Veja menos ‘Ex’. Veja ‘Ex’ no Facebook apenas se você visitar seu perfil.” E assim vai. (AE)