Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 18 de fevereiro de 2022
Ao longo de sua vida como uma empresa de capital aberto, a Meta Platforms Inc., controladora do Facebook, demonstrou repetidamente uma capacidade de se recuperar – tanto após decepções com os lucros quanto em várias controvérsias que pesaram sobre as suas ações. Mas não dessa vez.
As ações da Meta estão chegando ao menor fechamento desde maio de 2020 e já caíram mais de 45% em relação ao pico de setembro – um declínio inigualável entre as grandes ações de tecnologia dos Estados Unidos nos últimos anos.
A queda nas ações fez a Meta sair do ranking das 10 empresas mais valiosas do mundo e levou suas negociações ao nível mais barato já registrado, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Outrora em sexto lugar com valor de mercado superior a US$ 1 trilhão, a companhia de Zuckerberg fechou na última quinta-feira (17) com um valor de US$ 565 bilhões – o que a levou à queda de cinco posições e a ficar atrás de empresas como Tesla, Berkshire Hathway, Nvidia, TSMC e Tencent.
As ações da empresa tem lidado com uma série de más notícias, incluindo o anúncio do Google esta semana de que traria uma mudança na política de privacidade para os smartphones Android.
Embora a empresa tenha dito que o movimento será favorável aos anunciantes, é uma lembrança da nova política de privacidade da Apple Inc., que prejudicou a publicidade digital e foi um fator por trás do relatório de ganhos catastrófico da Meta neste mês.
Os resultados apresentados neste mês colocaram em dúvida suas perspectivas de crescimento e estimularam a maior liquidação da história de Wall Street em termos de valor apagado.
“A equipe de gerenciamento precisa mostrar aos investidores nos próximos trimestres um caminho para o crescimento”, disse David Wagner, gerente de portfólio da Aptus Capital Advisors. Ele acrescentou que as ações, que ele possui, estão “no purgatório” e esse sentimento “não poderia ser pior”.
Direção contrária
Os problemas de crescimento da Meta contrastam fortemente com outros gigantes da tecnologia, que relataram fortes resultados nesta temporada, ajudando a limitar quedas em suas ações em meio a um início de 2022 principalmente negativo.
Os investidores têm sido rápidos em comprar grandes empresas de tecnologia no momento de baixa, pois apostam que o grupo continuará a ver um crescimento robusto. Como resultado, declínios da magnitude que a Meta vivenciou não aconteceram na era de valores de mercado de trilhões de dólares para as empresas do setor.
A Apple não tem uma queda de 40% como a da Meta desde 2013. A última vez em que Microsoft, Amazon e Alphabet tiveram uma queda dessa magnitude foi durante a crise financeira, em 2008.
“[Meta] é a empresa que as pessoas adoram odiar, e a Alphabet é uma alternativa fácil se você quiser exposição à publicidade online”, disse Bill Stone, diretor de investimentos da Glenview Trust Co. “Você não recebe perguntas difíceis dos clientes por comprarem Alphabet, que está indo bem e não é tão complicada enquanto empresa”, completou Stone.
A queda das ações da Meta a tornou atraente em termos de métricas de avaliação tradicionais. A relação preço/lucro futura da ação está abaixo de 14, a mais baixa já registrada, e bem abaixo da média de cinco anos, de 20,9.
A relação preço/venda a termo é de cerca de 4,2, também um recorde de baixa. A Meta está sendo negociada com o maior desconto de todos os tempos no índice Nasdaq 100.
Em parte por causa da avaliação, a Meta continua a ter fãs em Wall Street. Quase três quartos dos analistas que cobrem a ação recomendam comprá-la, de acordo com dados reunidos pela Bloomberg, enquanto o preço-alvo médio dos analistas aponta para uma alta de mais de 60%.
Stone, da Glenview, está entre os que apostam em uma recuperação, embora admita que uma reviravolta pode ser um processo de longo prazo.
“O quão barato é agora supera todos os problemas que ele enfrenta”, disse ele em entrevista. “Se pode crescer em qualquer lugar perto de onde estava crescendo antes, então é um roubo. Será muito barato resistir”.