Segunda-feira, 24 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de junho de 2017
O relator da Operação Lava-Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Edson Fachin, autorizou a transferência de Rodrigo Rocha Loures do presídio da Papuda para a PF (Polícia Federal), em Brasília. A defesa alegou que Loures corria riscos na Papuda, presídio de Brasília para onde ele foi transferido na semana passada. De acordo com Fachin, a defesa disse que havia notícias de “ameaças diretas e indiretas à vida” do ex-assessor do presidente Michel Temer.
E que, na quinta-feira, o pai do ex-deputado teria recebido uma ligação de um conhecido da família que lhe avisou que Loures estava correndo risco de vida caso não concordasse com a delação. Os advogados disseram ainda que não seria de se ignorar que o interior de prisões é local “propício para se encaminhar um matador, um executor de sua execução”.
Com base nesses argumentos, a defesa de Loures pediu que ele fosse para prisão domiciliar, e que uma equipe da Polícia Federal fizesse a segurança dele e da família.
Fachin disse que, mesmo sem provas, os fatos são graves o suficiente para que sejam analisados pelo Ministério Público, e decidiu: Loures volta para a carceragem da Polícia Federal até decisão posterior. No início da noite dessa terça-feira, a subsecretaria do sistema penitenciário informou que não houve nenhuma ocorrência de ameaça a Loures dentro do presidio.
No mesmo inquérito que investiga Loures e Temer, a defesa de outro aliado do presidente também se manifestou, como antecipou o jornal Folha de S.Paulo. O ex-ministro Geddel Vieira Lima comunicou ao Supremo que está disposto a falar se for chamado com mais antecedência. Geddel diz que há rumores de que ele seria o próximo alvo de uma operação, e resolveu se antecipar. Ele alega que não é necessário decretar medidas judiciais contra ele e coloca os sigilos bancário e fiscal e o passaporte à disposição do STF.
Em mais uma frente dessas investigações, a perícia das conversas de Joesley Batista com Temer, que começou no fim de maio, entra em fase decisiva. Os peritos que analisam os diálogos e os gravadores vão trabalhar no feriado para fechar as últimas análises. Há uma expectativa interna de que esse laudo saia até quarta-feira, antes do fim do prazo de 30 dias, informado ao Supremo.
Até agora, os peritos conseguiram recuperar trechos inaudíveis, ou seja, partes em que não era possível saber o que estava sendo dito; saber que o sistema do gravador era o “vox”, um tipo de processamento que diferencia voz de outros ruídos; e, preliminarmente, detectar interrupções nos diálogos. Mas só o parecer final dirá, com certeza, se essas interrupções foram provocadas pelo gravador ou se há algum indício de edição de conteúdo.
Segundo a nota da defesa do empresário Joesley Batista, ele está no Brasil desde domingo, e disse que estava fora para proteger sua família. Ele também negou a informação de que estivesse em Nova York, como chegou a ser noticiado. Disse que estava na China e fez uma proteção à família ao sair do País.
Ele prestou depoimento na segunda-feira, na Procuradoria-Geral da República, em Brasília, na chamada Operação Bullish, que investiga um suposto favorecimento do BNDES à JBS em alguns empréstimos e operações financeiras. Isso porque ele foi ouvido quando prestou depoimento na Lava-Jato, e na delação disse que passou dinheiro para os ex-presidentes Lula e Dilma, no total de R$ 150 milhões, e há uma suspeita de que a origem desse dinheiro seja o BNDES.
Por isso, a investigação da Lava Jato, no qual ele fez esse relato, também acaba cruzando caminho com essa Operação Bullish, por isso, o depoimento foi prestado na Procuradoria-Geral da República, no Distrito Federal. Essa parte foi aberta exclusivamente sobre o repasse aos ex-presidentes. Esse depoimento foi uma determinação do juiz da operação, Ricardo Leite.